Nessa terceira matéria especial do Novembro Negro, compartilhamos a trajetória do corajoso advogado e pastor que faz denúncias contra o sistema religioso tradicional
Artur Vieira Publicado em 23/11/2024, às 10h00
Para algumas pessoas ele pode parecer um pastor evangélico bastante polêmico nas redes sociais, devido aos seus vídeos e postagens que despertam uma reflexão sobre as principais lideranças religiosas e suas formas de pensamentos bastante arcaica devido as interpretação dos textos bíblicos.
A verdade disso tudo é que o advogado e pastor mineiro Fillipe Gibran, de 35 anos, casado com a Graciele, pai do Rubem e do Caetano, levanta a bandeira de uma espiritualidade simples e revolucionária discutindo temáticas que muitos omitem em trazer à luz.
Exemplos disso são seus vários vídeos que denunciam o machismo, LGBTfobia, racismo e misoginia na forma fundamentalista de se ler as sagradas escrituras para os cristãos.
Com uma linguagem arrojada e bastante direta, a maioria dos seus vídeos trazem explicações de textos milenares com aplicações mais “atualizadas” para nosso cotidiano.
Algumas dessas explicações, muitas vezes até com uma pitada de humor (que particularmente eu gosto muito), facilitando o entendimento de passagens bíblicas que para alguns podem parecer bastante confusas e distantes do nosso contexto moderno em que vivemos.
Além de fazer várias denúncias contra políticos, líderes e pessoas que não prezam por justiça social, igualdade de classe e gênero manipulando a bíblia num benefício egoísta.
Jesus foi Ultra Radical. Eu não me considero polêmico, me considero radical igual Ele” comenta Gibran.
E Gibran realmente é o cara que usa suas redes para falar o que muita gente tem vontade; porém não tem coragem.
E isso faz com que seus ”haters” saem do virtual e acabam afetando sua vida pessoal, já que o mesmo teve que mudar de casa devido há seis ameaças de morte que recebeu e também vivenciou um hostil acontecimento quando recebeu voz de prisão na porta de uma igreja apenas pelo fato de panfletar contra a reforma trabalhista.
Mas nada detém esse ativista dos direitos humanos, que sabe bem o quão desafiador e ameaçador é ser um homem negro, evangélico e de esquerda num Brasil tão preconceituoso e cada vez mais extremista.
Focado em levar informação de forma didática e simplificada lançou o delicioso “ABC do Crente” em seu podcast ‘O reino em pessoa’ juntamente com Agnes Alencar e Pamella Campos, e esse formato de mídia produzido e roteirizado por eles é tão leve que te faz maratonar por horas seguidas.
Sou violento contra o discurso! Não sou violento contra pessoas”.
O colorismo nunca o fez perceber o racismo; por ser um homem negro de pele clara, só foi realmente vivencia-lo através dos seus familiares. Algo que é extremamente marcante para ele são algumas vezes que pessoas vieram questioná-lo quando criança se sua mãe era sua babá.
Transformando episódios amargos assim em algo positivo, o filho de funcionários públicos de classe média que estudou em boas escolas, realmente pretende deixar sua marca de transformação no mundo; a começar pela criação dos seus filhos, tentando passar para eles através de suas próprias fragilidades como se tornar um humano mais solidário, fraterno e generoso. Um total demonstrativo que o exemplo ensina mais do que um belo discurso.
E ele segue continuamente seu trabalho nesse mundo marcado pelo ódio, a fim de trazer refúgio na revolucionária e necessária ideia de amar, acolher e consolar o próximo. Um verdadeiro sinal visível e palpável do que é compaixão tão ensinada por Jesus que sempre acolheu pessoas cansadas, oprimidas e sobrantes.
Para conhecer o trabalho dele visite: @fillipegibran
Artur Vieira é um cristão, gay e jornalista que trabalha com o público LGBT+ desde 2013 na internet com o perfil @devoltaaoreino.
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