Carol Tozaki debateu sobre racismo e questões raciais - Divulgação
NÃO PASSARÃO

Mulher preta e empoderada, Carol Tozaki, ex-bailarina do ‘Faustão’, fala sobre racismo e a luta antirracista

Em entrevista, a modelo enalteceu a importância da inserção de figuras negras nos espaços

MÁXIMA DIGITAL Publicado em 04/06/2020, às 14h55

É de extrema importância dar voz e visibilidade para vivências negras. Após o assassinato do americano George Floyd, morto asfixiado por um policial, se iniciaram diversos levantes em prol da vida preta.

A dançarina e modelo Carol Tozaki, viveu na pele os reflexos causados pelo racismo. Ex-bailarina do programa ‘Domingão do Faustão’, ela foi vítima de injúria racial por parte de um dos coordenadores da atração, o que impactou diretamente a sua vida.

Hoje teria agido diferente, com certeza. Aproveitaria esse espaço para passar mais informações as pessoas, com ensinamentos, principalmente sobre esse assunto”, disse.

Infelizmente a falta de figuras pretas nos espaços é uma triste realidade e por essa razão, a representatividade se torna tão necessária. “Gosto de abrir essa discussão e falar o quanto nós pretos somos minoria em papéis importantes. Mesmo sendo bem formados, educados e com o mesmo grau de ensino de uma pessoa branca”, afirmou Carol.

Sendo minoria em um espaço que era majoritariamente branco, a bailarina cresceu muito com a sua passagem pelo ‘Faustão’, e exaltou o dever de pessoas brancas ajudarem na luta antirracista. Além de criticar a militância de internet, que só se posiciona através das redes sociais.

Acredito que a forma da pessoa branca ajudar seria olhando para si, para suas atitudes e falas, usando seus privilégios a favor da nossa luta”, contou.

Citando o movimento 'Vidas Negras Importam', ação contra o racismo que tomou a web nesses últimos dias, ela declarou: “Até quando vamos ter que conviver com o sentimento de inferioridade? Ou melhor, até quando vão tratar pretos como inferiores? Até quando dinheiro será mais importante que vidas? Pois é, isso é o que está acontecendo, que vem acontecendo há décadas.

Estamos vivendo em meio a uma pandemia mundial. Causada pelo novo coronavírus, a situação atual obriga que as pessoas mantenham distância umas das outras, conforme a orientação da OMS (Organização Mundial de Saúde).

Mesmo com a ordem de distanciamento social, algumas manifestações estão rolando pelo país. Lutando pelo direito de viver e de serem ouvidos, os militantes gritam por nomes como João Pedro, jovem de 14 anos que foi morto em uma operação policial no Rio de Janeiro.

Não adianta fingir que não existe o racismo no mundo. Não adianta dizer que estão cansados de ouvir sobre racismo, e simplesmente virar as costas para isso”, disse. “É muito triste ver vidas inocentes sendo destruídas, pessoas sendo mortas e atacadas pela cor da pele. Isso tem que acabar já”, completou ela. 

Com tantos acontecimentos, Carol busca se aliviar com livros e exercícios físicos, mas afirmou que ao mesmo tempo não está sendo fácil: “É difícil não surtar com tantas coisas acontecendo ao mesmo momento. Tantas informações sobre a pandemia, a política, pretos sendo assassinados, tanta injustiça.” 

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Carol Tozaki

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