Cássia, de 'A Dona do Pedaço', marca encontro com pedófilo - TV Globo
A Dona do Pedaço

Após cena preocupante em novela, psicóloga comenta relação entre criança e pedófilo e alerta pais

Pedofilia volta a ser assunto com 'A Dona do Pedaço' e psicóloga dá dicas para pais evitarem que casos aconteçam

Máxima Digital Publicado em 10/10/2019, às 14h20 - Atualizado às 14h23

Na noite desta segunda-feira, 7, 'A Dona do Pedaço', novela do horário nobre da TV Globo, mostrou uma cena triste, mas que, muitas adolescentes vivem hoje em dia.

A personagem de Mel Maia, Cássia, se encontrou com um homem com quem conversava pela internet há um tempo. No bate-papo virtual, o tal rapaz chegou a mandar fotos de um garoto de 17 anos, depois revelou que tinha mais de 20, e, ao vivo, contou a menina que tinha 40 anos de idade.

Durante o encontro em um shopping, Lauro, vivido por Ricardo Monaestro, disse que tinha um presente para a jovem, porém, a surpresa estava em outro lugar. Cássia se recusou a acompanhar o criminoso, que, neste momento, foi violento com ela. A adolescente conseguiu escapar e no fim, ficou tudo bem.

Mas até que ponto 'ficou tudo bem'? Daniela Generoso, psicóloga clínica, falou sobre o caso para a Máxima Digital e ainda deu dicas preciosas para pais que querem evitar qualquer problema desse tipo com os filhos!


A abordagem de pessoas mais velhas com o intuito de assediar crianças e adolescentes é comum? Como agem?

"A abordagem de pessoas mais velhas com intuito de assediar crianças e adolescentes, infelizmente, é muito comum. Eles agem, primeiro, entendendo como é o seio familiar. Se existe algum conflito no lar, algum conflito escolar e, a partir daí, se apresentam como alguém da mesma idade, ou um ano ou dois mais velho... Só depois começam a revelar a verdadeira idade para eles [adolescentes/crianças]".

Na novela, o assediador deu um presente para a vítima. É comum esse tipo de atitude?

"O assediador dá presentes para a vítima, a fim de que ela se sinta acariciada, cuidada... Essa também é uma forma de silenciar".

A personagem Cassia sofre bullying e tem poucos amigos. Isso pode ser um fator que facilite a ação dos abusadores? De conseguirem se aproximar?

"O fato da personagem sofrer bullying e não ter amigos, torna um cenário perfeito para abusadores, porque a falta de carinho que ela tem, faz com que ela se sinta sozinha. Então, ela precisa de alguém para desabafar. Ninguém é sozinho, então ela sente que precisa do carinho e o abusador dá exatamente isso para ela".

Como pode ficar a cabeça de uma criança ou de um adolescente após sofrer uma tentativa de estupro? Que sintomas e comportamentos elas podem apresentar?

"Após sofrer o estupro, a criança/adolescente tem o mais íntimo do ser violado. E aí, sua perspectiva de felicidade vai se tornar um vazio que às vezes ninguém percebe que está acontecendo com ela. Até porque, muitas das vezes, o abuso nem sempre é falado. Aí essa criança desenvolve problemas não só nas áreas emocionais, mas também nas questões cognitivas, escolares, no desenvolvimento físico (como problemas digestivos, anorexia), enfim! É uma bagagem que a gente só pode ter ideia do que vai acontecer com o passar do tempo".

No caso da personagem, ela conseguiu fugir e nada mais sério aconteceu. Em situações assim também é importante que se busque ajuda psicológica para esse jovem?

"Se essa criança não for assistida por profissionais, ela pode apresentar problemas nos rendimentos escolares, quadros de ansiedade, depressão, quadros de isolamento social, problemas digestivos sérios, problemas cognitivos e regressão de comportamento (voltar a se comportar como em uma idade anterior ou infantilizada)".

Se essa criança ou adolescente não for assistida por profissionais, quais problemas comportamentais ou doenças psicológicas pode desenvolver?

"Acho muto importante ressaltar que devemos acreditar nos nossos filhos. Eles contam história na terceira pessoa, como 'a minha amiga passou por isso', ou 'a minha amiga está sofrendo com isso' e, na realidade, estão falando deles próprios. Para entender isso, precisamos ter uma escuta atenta, com qualidade e quantidade. Mesmo com a correria do dia-a-dia, temos que separar um momento para ouvir nossos filhos. Perguntar o que aconteceu, como foi, tirar dúvidas, estar aberto para o diálogo e até conversar sobre sexo. Porque o pedófilo, ele vem mostrando que a sua vida não é esse mar de rosas, como ela esperava, mas que com ele, pode passar a ser [um mar de rosas]. Então, se nossos filhos conseguirem entender que, conosco, estão seguros e que não precisam de outra pessoa, ele não vai procurar outra pessoa na internet [...] Quando conhecemos nossos filhos sem julgamentos, trazemos eles para mais perto".

Quais as dicas para que pais evitem situações de risco com seus filhos tanto na internet como na realidade?

Uma outra dica que acho interessante é que as senhas do computador e dos celulares sejam compartilhadas com os pais. Os pais não precisam ter medo de serem pais. Lembrando que, muitas das vezes, nosso filho não vai contar coisas pra gente e isso não tem nada a ver se você está sendo bom pai ou não. Tem a ver com a adolescência e com a questão de privacidade deles. Mas até onde vai a privacidade quando nós precisamos cuidar e quando está sobre nós a responsabilidade de gerir?

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