Nessa última matéria do Novembro Negro, compartilhamos a vibrante trajetória da ativista pelos direitos humanos no combate ao preconceito
A carioca Ana Claudino é uma mulher negra, lésbica e umbandista, que tem se destacado na interseção entre comunicação, ativismo e conhecimento acadêmico através do seu perfil @sapataoamiga que surge organicamente em parceria com sua companheira Sofia Laureano.
Publicitária de formação e mestre em Políticas Públicas em Direitos Humanos pela UFRJ, Ana tem conquistado um público fiel nas redes sociais, onde compartilha uma combinação poderosa de conteúdo informativo e bom humor, tudo isso para conscientizar pessoas sobre a importância de combater o racismo, misoginia, lgbtfobia e várias outras temáticas que as minorias enfrentam.
Tudo surge quando sua avó ouvia o programa pela rádio com o nome "palavra amiga" fazendo assim nascer a ideia de fazer um trocadilho bem humorado e também agregar resistência; desse modo, ela e Sofia, em 2017, batizam o projeto de Sapatão Amiga.
Com um olhar atento sobre as questões que afetam a comunidade LGBT+, ela se dedica a promover discussões sobre autoestima e empoderamento, ao mesmo tempo em que faz a ponte entre o mundo acadêmico e a realidade cotidiana de pessoas marginalizadas.
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Geminiana raiz, é desenvolta com as palavras, muito bem articulada como uma comunicadora nata sabe ser, trazendo sempre à tona nesta entrevista seu lado ativista dos direitos humanos.
Quando iniciei o projeto, não tinha visto pessoas negras do subúrbio fazendo conteúdo na internet”, comenta Ana.
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Seu trabalho é uma verdadeira força transformadora, abordando temas como a importância de combater o racismo estrutural e as diversas formas de violência contra pessoas LGBT+.
Através de suas postagens, Ana Claudino torna acessível um vasto universo de informações sobre políticas públicas e direitos humanos, sempre buscando descomplicar assuntos complexos e tornando-os mais próximos do público.
Ao usar o humor como ferramenta de empatia e conscientização, ela não só educa, mas também cria um espaço seguro e acolhedor, incentivando seus seguidores a refletirem sobre questões fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Por isso seu perfil foi considerado pela pesquisa do Data Labe uma das fontes mais seguras para se combater o discurso de ódio na internet.
Ela, que já foi colunista do Mídia Ninja, já recebeu três moções pela câmara dos vereadores do RJ: pela promoção do bem viver da população negra; tornou-se uma referência quando o assunto é mulher negra que pratica a militância política e participa de forma viva a favor da inclusão.
Para ela, entender a pluralidade do indivíduo é o principal, já que acredita que as diferenças é o que nos faz ser potência.
Não quero ser uma pessoa que soma ao ódio. Quero apenas levar informação sem violência”.
Eu encerro aqui essa série de quatro matérias sobre o Novembro Negro com meu coração transbordando por compartilhar histórias de pessoas que realmente contribuem de forma tão significativa para um mundo melhor.
Artur Vieira é um cristão, gay e jornalista que trabalha com o público LGBT+ desde 2013 na internet com o perfil @devoltaaoreino.