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LGBT / Carnaval

Erika Hilton irá desfilar pela Paraíso da Tuiuti ao representar tema LGBT+ de Xica Manicongo

A parlamentar irá passar pela avenida representando a escola que decidiu trazer uma das principais histórias LGBT+ para o Carnaval

Isabelly de Lima Publicado em 04/03/2025, às 12h04

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A parlamentar Erika Hilton irá desfilar na avenida - Reprodução / Instagram
A parlamentar Erika Hilton irá desfilar na avenida - Reprodução / Instagram

Quem Tem Medo de Xica Manicongo? é a provocativa indagação que a Paraíso do Tuiuti lança ao público em preparação para o Carnaval 2025. Com desfile agendado para a terça-feira, 4 de março, a escola de samba se propõe a contar a trajetória da primeira travesti brasileira, que chegou à Bahia após ser traficada da África. A presença da deputada federal Erika Hilton (PSOL/SP), de 32 anos, destaca a relevância do tema.

Em entrevista à Quem, Erika Hilton expressou sua alegria ao ver a história de Xica Manicongo sendo resgatada e homenageada por uma escola de samba. "Para mim, isso representa a continuidade de uma narrativa esquecida. O corpo de Xica foi consumido pelo fogo apenas por ser quem ela era, mas nós seguimos existindo", afirmou. A parlamentar ainda ressaltou que esse tributo é um presente e uma honra: "Que Xica nos guie nessa jornada".

A deputada será acompanhada por suas colegas Duda Salabert (PDT/MG) e Dani Balbi (PCdoB/RJ) durante o desfile. Em seu discurso, ela refletiu sobre sua trajetória política e como a herança de Xica Manicongo influenciou seu caminho: "Estar aqui hoje, como uma deputada federal eleita democraticamente, é um lembrete do legado que Xica deixou".

Quem foi Xica

Traficada do Congo e forçada a adotar o nome Francisco por seus capturadores, Xica se negava a usar vestimentas masculinas. Erika destacou a resistência das travestis e transexuais como fundamentais para o reconhecimento dos direitos e dignidade da comunidade LGBTQIA+. "A resistência dessas pessoas abriu caminho para que nós pudéssemos ocupar essa avenida e outros espaços na busca por nossos direitos", enfatizou.

O sobrenome 'Manicongo', associado aos governantes do antigo Reino do Congo, sugere que Xica pode ter pertencido à realeza. No Brasil, ao desafiar as normas de gênero da época, ela foi perseguida e condenada por ser acusada de integrar uma suposta quadrilha de sodomitas feiticeiros. Seu trágico destino culminou em uma sentença do Tribunal do Santo Ofício que resultou em sua execução pública através da fogueira.

"Quando a escola menciona que 'Xica vive na fumaça', eu sou essa fumaça. Muitas outras também estão presentes nessa fumaça que representa nossa resistência contra a inquisição, a ditadura e governos que desrespeitam nossos direitos", concluiu Erika Hilton.