Pressão estética: Estudo revela insatisfação com os corpos entre mulheres brasileiras
Pesquisa revela que 79% das mulheres brasileiras sentem insatisfação por conta de seus corpos e destaca as diferenças entre gerações
Katharina Brito sob supervisão de Isabelly Lima Publicado em 06/11/2024, às 17h29
Um estudo da consultoria Dubu, especializado em estratégia de marcas e negócios, revelou como mulheres de várias partes do Brasil percebem e se relacionam com seus corpos.
Chamado "Sem Cabimento", o estudo mostrou diferenças entre as gerações Y e Z quanto à percepção corporal.
Mulheres da Geração Y, por exemplo, relataram uma tendência maior a evitar a exposição (40% contra 30% na Geração Z) e a sentir tristeza com o próprio corpo (21% vs. 12%).
Já as mulheres da Geração Z relataram maior desejo de ser outra pessoa (20% vs. 6%), mais isolamento por insatisfação com o corpo (12% vs. 10%) e pressão mais intensa para atingir um "corpo ideal" (22% vs. 19%).
Opniões
Segundo Anna Azem, sócia e cofundadora da Dubu, mesmo com os avanços no diálogo sobre a aceitação corporal, a pressão para atingir padrões de beleza idealizados permanece forte. Ela ressalta que as influências sociais, como as da publicidade e das redes sociais, impactam especialmente a Geração Z.
Para Julia Guilger, também sócia da Dubu, os dados indicam a responsabilidade das marcas na formação da autoimagem feminina. Guilger defende que marcas têm o poder de incentivar a valorização das diferenças e promover a igualdade.
Comparção entre gêneros
A pesquisa também incluiu uma análise comparativa entre os gêneros, mostrando que mulheres sentem mais pressão e insatisfação com seus corpos do que os homens. Elas são mais propensas a evitar a exposição pública (37% contra 27%) e a sentir tristeza ao pensar na própria aparência (19% vs. 5%).
Para Anna Azem, essa diferença afeta diretamente a saúde mental das mulheres, sendo necessário apoio social e das marcas para promover uma percepção corporal mais inclusiva.
Realizada com 500 entrevistados de ambos os sexos e entre 16 e 50 anos, a pesquisa "Sem Cabimento" foi inspirada no experimento histórico do ginecologista Robert L. Dickinson e do artista Abram Belskie, de 1945, que buscava estabelecer padrões "normais" de corpos.
A Dubu espera que a pesquisa incentive o desenvolvimento de ações corporativas que favoreçam a diversidade e a aceitação.
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