Livros escritos por mulheres negras. - Reprodução/Amazon
Indicação

Dia da Mulher Negra: Conheça 10 obras incríveis de escritoras negras

Separamos 10 opções de livros incríveis escritos por mulheres negras, para refletir e estudar sobre o racismo por meio da leitura

Letícia Couto Publicado em 25/07/2020, às 09h15

É celebrado neste 25 de julho o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e o Dia Nacional de Teresa de Benguela, líder quilombola do século XVIII (18) que lutou contra a escravidão da comunidade negra e indígena. Por que a mulher negra tem um dia só para ela? Há diversos motivos.

De acordo com dados do Mapa da Violência 2015: homicídio de mulheres no Brasil, a taxa de homicídio de mulheres brancas cai de 1.747 vítimas, em 2003, para 1.576, em 2013, uma queda de 9,8%. Já os homicídios de negras aumentam 54,2% no mesmo período, passando de 1.864 para 2.875 vítimas. 

Outro motivo é que historicamente nascer negra no Brasil é nascer marcada. “Nós carregamos a marca”, afirmou Luiza Bairros, grande intelectual negra brasileira, que faleceu em 2016.

Recentemente, após a morte George Floyd asfixiado por policiais brancos em uma abordagem policial em Minneapolis, nos Estados Unidos, o movimento Vidas Negras Importam - ou Black Lives Matter - ganhou ainda mais força. 

Quase dois meses depois, diversos ativistas e influenciadores negros ganharam visibilidade e promoveram conteúdos e debates sobre o racismo, principalmente nas redes sociais.

Mas se você não é tão ligado no universo online e prefere o bom e tradicional livro, nós da Máxima Digital trouxemos 10 indicações de livros escritos por mulheres negras. 

  1. "Sem perder a raiz - Corpo e cabelo como símbolos da identidade negra" de Nilma Limo Gomes

O cabelo é analisado na obra da professora Nilma Lino Gomes, não apenas como fazendo parte do corpo individual e biológico, mas, sobretudo, como corpo social e linguagem; como veículo de expressão e símbolo de resistência cultural.

Autora: Nilma Lino Gomes é uma pedagoga brasileira que luta diariamente contra o racismo no Brasil. Em 2013 tornou-se a primeira mulher negra do Brasil a comandar uma universidade pública federal, ao ser nomeada reitora da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira. Além de ter ocupado em 2015 o Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos. 


  1. "O feminismo é para todo mundo: Políticas arrebatadoras" de Bell Hooks

O feminismo sob a visão de uma das mais importantes feministas negras da atualidade. Eleita uma das principais intelectuais norte-americanas, pela revista Atlantic Monthly, e uma das 100 Pessoas Visionárias que Podem Mudar Sua Vida, pela revista Utne Reader, a aclamada feminista negra bell hooks nos apresenta, nesta acessível cartilha, a natureza do feminismo e seu compromisso contra sexismo, exploração sexista e qualquer forma de opressão.

Autora: Gloria Jean Watkins mais conhecida pelo pseudônimo Bell Hooks é uma autora, professora, teórica feminista, artista e ativista social estadunidense.


  1. "Sejamos todos feministas" de Chimamanda Ngozi Adichie

Neste ensaio agudo, sagaz e revelador, Adichie parte de sua experiência pessoal de mulher e nigeriana para pensar o que ainda precisa ser feito de modo que as meninas não anulem mais sua personalidade para ser como esperam que sejam, e os meninos se sintam livres para crescer sem ter que se enquadrar nos estereótipos de masculinidade.

Autora: Chimamanda Ngozi Adichie é uma feminista e escritora nigeriana. Ela é reconhecida como uma das mais importantes jovens autoras anglófonas de sucesso, atraindo uma nova geração de leitores de literatura africana.


  1. "Eu sei por que o pássaro canta na gaiola: Autobiografia" de Maya Angelou

RACISMO. ABUSO. LIBERTAÇÃO. A vida de Marguerite Ann Johnson foi marcada por essas três palavras. A garota negra, criada no sul por sua avó paterna, carregou consigo um enorme fardo que foi aliviado apenas pela literatura e por tudo aquilo que ela pôde lhe trazer: conforto através das palavras.

Autora: Maya Angelou, pseudônimo de Marguerite Ann Johnson foi uma escritora e poetisa dos Estados Unidos. Morreu em maio de 2014, aos 86 anos.


  1. "Pequeno manual antirracista" de Djamila Ribeiro

Em onze capítulos curtos e contundentes, a autora apresenta caminhos de reflexão para aqueles que queiram aprofundar sua percepção sobre discriminações racistas estruturais e assumir a responsabilidade pela transformação do estado das coisas. Já há muitos anos se solidifica a percepção de que o racismo está arraigado em nossa sociedade, criando desigualdades e abismos sociais: trata-se de um sistema de opressão que nega direitos, e não um simples ato de vontade de um sujeito.

Autora: Djamila Taís Ribeiro dos Santos é uma filósofa, feminista negra, escritora, acadêmica brasileira, pesquisadora e mestra em Filosofia Política pela Universidade Federal de São Paulo. Durante o mês de junho comandou o Instagram do ator Paulo Gustavo e deu aula sobre questões raciais.


  1. "Mulheres, raça e classe" de Angela Davis

Mulheres, raça e classe, de Angela Davis, é uma obra fundamental para se entender as nuances das opressões. Começar o livro tratando da escravidão e de seus efeitos, da forma pela qual a mulher negra foi desumanizada, nos dá a dimensão da impossibilidade de se pensar um projeto de nação que desconsidere a centralidade da questão racial, já que as sociedades escravocratas foram fundadas no racismo.

Autora: A americana Angela Yvonne Davis, é uma professora e filósofa socialista que já integrou do Partido Comunista dos Estados Unidos, dos Panteras Negras, por sua militância pelos direitos das mulheres e contra a discriminação social.


  1. "Poemas da Recordação e Outros Movimentos" de Conceição Evaristo 

Poemas da recordação e outros movimentos. Fazendo uso de variados recursos: uma rica visão poética emotiva e a tematização sentimental, social, familiar e religiosa; com coragem, experiência, estilo bem definido e uso de intertextualidades, são enunciadas pela autora a pobreza, a fome, a dor e “a enganosa-esperança de laçar o tempo”; assim como há espaço para a paixão, o amor e o desejo.

Autora: Maria da Conceição Evaristo de Brito é uma escritora brasileira de família humilde. Entre os 9 irmãos, foi a primeira de sua casa a conseguir um diploma universitário. Ajudava sua mãe e sua tia com lavagem de roupas e as entregas, enquanto estudava.


  1. "Quarto de Despejo" de Carolina Maria de Jesus

O diário da catadora de papel Carolina Maria de Jesus deu origem à este livro, que relata o cotidiano triste e cruel da vida na favela. A linguagem simples, mas contundente, comove o leitor pelo realismo e pelo olhar sensível na hora de contar o que viu, viveu e sentiu nos anos em que morou na comunidade do Canindé, em São Paulo, com três filhos.

Autora: Carolina Maria de Jesus foi uma das primeiras escritoras negras do Brasil e considerada uma das mais importantes. Ficou conhecida por seu livro "Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada" publicado em 1960. 


  1. "Memórias da plantação: Episódios de racismo cotidiano" de Grada Kilomba

Memórias da Plantação é uma compilação de episódios cotidianos de racismo, escritos sob a forma de pequenas histórias psicanalíticas. Das políticas de espaço e exclusão às políticas do corpo e do cabelo, passando pelos insultos raciais, Grada Kilomba desmonta, de modo incisivo, a normalidade do racismo, expondo a violência e o trauma de se ser colocada/o como Outra/o.

Autora: Grada Kilomba é uma escritora, psicóloga, teórica e artista interdisciplinar portuguesa. O trabalho da escritora é reconhecido por ser focado no exame da memória, trauma, género, racismo e pós-colonialismo.


  1. "A cor púrpura" de Alice Walker

Pobre e praticamente analfabeta, Celie foi abusada, física e psicologicamente, desde a infância pelo padrasto e depois pelo marido. Um universo delicado, no entanto, é construído a partir das cartas que Celie escreve e das experiências de amizade e amor, sobretudo com a inesquecível Shug Avery.

Autora: Alice Malsenior Tallulah-Kate Walker é uma escritora, poetisa e ativista feminista estado-unidense. Escreveu o romance A Cor Púrpura pelo qual ganhou o National Book Award e o Prémio Pulitzer de Ficção

 

 

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