Especialista explica o que se passa na cabeça de quem se torna um fanático por algum famoso e esclarece caso recente de Paolla Oliveira
Isabelly de Lima Publicado em 30/10/2024, às 18h25
Recentemente, o caso envolvendo a atriz Paolla Oliveira, que relatou ameaças e perseguições, trouxe à tona um problema recorrente enfrentado por inúmeras figuras públicas: o stalking. De acordo com a psicanalista Ana Lisboa, essa questão transcende a mera admiração, revelando um padrão de dependência emocional exacerbada.
Conforme explicou Lisboa, o perseguidor costuma projetar na celebridade suas próprias carências emocionais, muitas vezes originadas de traumas de rejeição vividos na infância. Este vazio interior leva a uma busca incessante por conexão, ainda que de maneira ilusória e unilateral.
O comportamento do stalker, segundo a psicanalista, está intimamente ligado a uma necessidade constante de validação. Para essas pessoas, a presença da figura pública torna-se vital para sua própria sensação de existência. Nesse contexto, a celebridade funciona como um espelho das necessidades não atendidas do perseguidor.
A obsessão passa a ser uma forma de psicose, onde o perseguidor não só idealiza a celebridade, mas depende dessa fantasia para encontrar sentido na vida.
Exemplos desse fenômeno incluem casos como os das atrizes Débora Falabella e Fernanda Torres, ambas vítimas de perseguição obsessiva. Ana Lisboa destaca que o stalker frequentemente constrói narrativas próprias, em que interações mínimas — reais ou imaginárias — reforçam sua neurose e o levam a ultrapassar limites legais e pessoais na busca por uma ligação ilusória com a celebridade.
O caso do cantor Harry Styles ilustra bem essa dinâmica; um fã chegou a acampar em frente à sua residência tentando estabelecer uma conexão. Segundo Lisboa, qualquer forma de atenção recebida pelo perseguidor serve para alimentar sua fantasia, intensificando o comportamento obsessivo.
Na ausência de contato com a figura idealizada, o stalker pode experimentar angústia profunda, potencialmente levando a comportamentos extremos ou violentos, como foi o trágico caso do assassinato de John Lennon por um fã em 1980.
Para Lisboa, a raiz do stalking não reside na figura da celebridade, mas no vazio emocional do perseguidor. Sem assistência psicológica adequada, esse ciclo de obsessão tende a se perpetuar com novas vítimas. "É uma dor profunda de rejeição que requer atenção e tratamento", enfatiza. "Caso contrário, o perseguidor continuará buscando novas vítimas e repetindo esse padrão destrutivo".
Ana Lisboa é psicanalista e fundadora do maior movimento global voltado à saúde mental feminina. Com formação abrangente em Psicologia Positiva e Neurociências, além de Direito com especialização em Direitos das Mulheres, ela lidera iniciativas que promovem o bem-estar emocional através de terapias sistêmicas e educação continuada em saúde mental feminina.
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