"Apostar em representatividade na teledramaturgia é uma forma de normalizar a diversidade e trazer esse debate para dentro de casa", apontou o especialista
Máxima Digital Publicado em 17/09/2021, às 15h20
Parte do DNA da cultura brasileira, a televisão evoluiu junto com a sociedade. Ao longo dos anos, além de ter se modernizado em termos tecnológicos, as telinhas também abraçaram conteúdos cada vez mais diversos e inclusivos em diversas emissoras.
O diretor artístico Ale Monteiro apontou que é preciso ter representatividade nas telinhas e, em algumas tramas, isso foi mostrado com maestria.
“Alguns nomes que considero marcantes em suas épocas de exibição, e que, até hoje, impactam a história da telinha, foram Téo Pereira (Paulo Betti), em 'Império', Crô (Marcelo Serrado), em 'Fina Estampa', a Trans Ramona (Claudia Raia) em 'As Filhas da Mãe', Bernadete (Kayky Brito) em 'Chocolate com Pimenta', Painho (Chico Anysio), Félix (Mateus Solano), em 'Amor à Vida', entre outros”, citou.
Segundo o especialista, todos esses personagens tiveram uma boa aceitação do público.
“Todos são adorados e lembrados, especialmente porque tinham bordões que pegavam no dia a dia. Mas acho que houve um marco, onde a TV ‘saiu do armário’: o beijo gay em horário nobre. Eu destaco o Félix, que comentei, e Niko (Thiago Fragoso), casal de Amor à Vida”, acrescentou.
Ele continuou: “Foi um beijo que não só foi comemorado pelo telespectador, como gerou torcida ao longo de vários capítulos. E é esse tipo de sentimento que queremos sentir, de que somos protagonistas e temos direito a um final feliz.”.
Ele destacou a importância de se ter personagens LGBTQIA+ nas novelas e séries brasileiras.
“Apostar em representatividade na teledramaturgia é uma forma de normalizar a diversidade e trazer esse debate para dentro de casa. É essencial”, apontou.
Inaugurada há 71 anos, a tendência é que a televisão abra cada vez mais espaço para personagens que fogem dos estereótipos ligados à comunidade gay.
“Autores de novelas têm certa tendência a folclorizar o gay e deixá-lo caricato. Entendam a força que a nossa voz tem. Exijamos essa representatividade que é nossa por direito e que traz calor pro coração de todos nós. E desejo que olhem para pessoas trans, lésbicas, gays, mas olhem mesmo! Quero ver artistas abertamente plurais na dramaturgia e que isso seja legislado em favor de nossa luta”, destacou o profissional.
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