A modelo brasileira que faz o maior sucesso lá fora é uma prova de que beleza não depende do número do manequim. Conheça a história desta supermulher e aprenda, com ela, a deixar sua autoestima nas alturas
Máxima Digital Publicado em 31/07/2015, às 13h32 - Atualizado em 22/08/2019, às 01h40
Sonhando alto
A modelo nasceu no Rio de Janeiro, mas mudou-se ainda criança para Boa Vista, em Roraima. Filhos de pais separados, ela e os dois irmãos foram criados pela mãe, que era professora e trabalhou duro para garantir o sustento da família. “Apesar da nossa condição financeira difícil, sempre fomos motivados a manter o otimismo e a sonhar com um futuro melhor”, afirma. Pensando nisso, aos 16 anos, Fluvia decidiu começar a mudar o rumo da própria história. “A minha mãe juntou dinheiro para fazer uma festa de aniversário para mim e pedi para usar o montante de outra forma: comprando uma passagem para os Estados Unidos”, lembra. Meses depois ela partiu para Nova York com o objetivo de estudar inglês e arranjar um trabalho. “O meu grande desejo era atuar como tradutora na ONU”, revela.
Obra do destino
Depois da mudança, Fluvia nunca mais trocou de endereço: já são quase 19 anos morando nos Estados Unidos. No entanto, três anos após a chegada, ela ganhava a vida como babá e via o sonho de atuar numa grande instituição como uma realidade distante. Num dia de trabalho como qualquer outro, acabou se atrasando e perdeu o ônibus que pegava para voltar para casa todos os dias. E é aí que o acaso começa a ganhar tons de enredo de filme de contos de fada. “Quando o ônibus seguinte chegou, sentei e notei que uma mulher não desgrudava os olhos de mim”, conta. A moça de olhar indiscreto era editora de moda e se aproximou com uma pergunta que mudaria a vida da brasileira. “Você já pensou em ser modelo plus size?”. Fluvia, que nunca tinha ouvido falar da profissão, achou que fosse uma brincadeira. “O pouco que eu sabia sobre modelos é que elas precisavam ser magérrimas e eu, obviamente, não me encaixava no padrão. Mas ela me explicou um pouco do segmento e me entregou um cartão com o contato de algumas agências”, lembra. Insegura, Fluvia hesitou por semanas até que reuniu coragem e foi aos locais indicados. “Visitei três grandes agências e todas me ofereceram um contrato. Nunca mais parei de modelar! Achava que ia ser um bico para ganhar um dinheiro extra, mas hoje vivo disso, e muito bem”, conta.
Sou mais eu
Mais do que o rosto lindo e o manequim 48, a segurança demonstrada por Fluvia é, sem dúvida, o principal ingrediente do seu sucesso. “Sempre fui gordinha. Quando era criança e ia visitar parentes, ouvia coisas do tipo ‘você é tão bonita, só precisa enxugar uns quilinhos para ficar perfeita!’. Mas a verdade é que eu nunca achei que devia emagrecer”, revela. A personalidade forte foi ajudando-a se blindar contra o preconceito e as opiniões alheias. “Sempre vai ter alguém para falar como você deve ser e o que deve fazer, mas escolhi colocar as minhas opiniões em primeiro plano. Acho que nós é que criamos os empecilhos e as dificuldades quando damos voz a crenças e valores que não condizem com os nossos.” Desencanada como ela só, Fluvia jura: nunca seguiu uma dieta e não faz ideia do próprio peso. Mas engana-se quem pensa que ela enxerga isso como passe livre para levar uma vida desregrada. “Faço exames regularmente e nunca tive problemas de saúde. Para isso, me alimento bem e passo longe de itens processados, fast food e refrigerantes. Também pratico ioga e pilates e amo andar de bicicleta”, revela.
Moda para todas
Questionada sobre os macetes que aprendeu nesses anos trabalhando com moda, a top é categórica. “A única regra que sigo é vestir o que acho bonito e o que cai bem no meu corpo”, esclarece. A bela vê com entusiasmo o movimento de grandes marcas brasileiras de disponibilizar mais produtos para as consumidoras com manequim acima do 44. “Há alguns anos, resolvi visitar a minha irmã no Brasil e a minha mala foi extraviada. Não encontrei nada bacana do meu tamanho e passei semanas usando roupas de ginástica. Hoje já é possível garimpar peças de bom gosto.” Para ela, essa transformação nada mais é do que a democratização da moda. “É o reconhecimento do poder aquisitivo de uma mulher que por muito tempo foi ignorada e, mais que isso, a validação do direito de assumirmos os nossos biótipos sem abrir mão do estilo”, pontua. Às vésperas do seu aniversário, a modelo confidencia o que vai fazer para brindar a chegada do novo ciclo: curtir férias com os filhos Lua, de 14 anos, e Pedro, de 1, na Grécia. Um pedido? Que os rótulos da moda caiam por terra. “Tenho orgulho do meu trabalho, mas espero que um dia as pessoas me apresentem só como modelo, sem precisar do complemento plus size. E que isso se estenda para o comércio: que não seja necessário buscar linhas especiais ou lojas específicas para tamanhos grandes. Desejo simplesmente que, quando alguém gostar de uma roupa, possa levá-la para casa, vista 36 ou 48”, diz.
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