Graças à meditação, a atriz de 25 anos se livrou das crises de ansiedade e conquistou o equilíbrio. Você também pode chegar lá!
Ela tinha só 16 anos quando saiu de Itu, no interior de São Paulo, para estudar teatro na capital paulista. Convencer os pais a apoiar tamanha mudança não foi tarefa fácil, mas, apesar da pouca idade,
Bianca Bin sabia bem o que queria: tornar-se atriz. O primeiro contato dela com o palco aconteceu no colégio, com o objetivo de... vencer a timidez! “Eu ficava trancada no quarto, fugia de fotos... As aulas de interpretação me ajudaram a superar isso, a me comunicar, a verbalizar o que eu sentia. Acabei me apaixonando”, conta. Depois de um ano de curso em São Paulo, a moça de olhos verdes e jeito delicado começou a frequentar a oficina de atores da TV Globo. E a estreia na telinha não demorou para chegar. “Numa sexta-feira, após vários testes, recebi um telefonema avisando que na próxima segunda eu deveria estar no Rio de Janeiro para participar de uma dinâmica de grupo. Fiz a mudança num fim de semana, com a ajuda da minha mãe, e nunca mais voltei”, lembra. O ano era 2009. A estreia aconteceu em Malhação, no papel da romântica Marina. Daí um trabalho puxou o outro e Bianca não parou mais — já tem sete novelas no currículo. Atualmente interpreta a doce e batalhadora Maria, em Êta Mundo Bom!. “A personagem engravida do namorado (o ator Pedro Brandão, marido da atriz na vida real) e tem que encarar a dura realidade de ser mãe solteira nos anos 1940, mas ela vai lutar pela sua felicidade. A Maria é muito feminista para a época, está à frente do seu tempo — enfrenta o pai, é expulsa de casa e vai trabalhar como empregada, tudo pela vida do filho”, diz. Assuntos que envolvem o universo da família, aliás, são caros à atriz, que também adora falar sobre espiritualidade. Entre um sorriso discreto e outro, ela conta a sua história e revela o que a mantém feliz e serena.
DETERMINAÇÃO
“Não foi fácil convencer os meus pais a me deixar sair de casa porque eu era muito nova. Hoje, quando leio as cartinhas que eu deixava para a minha mãe, pedindo para ela me ajudar a mudar para São Paulo, penso ‘Caramba, que coragem a deles! Não sei se faria o mesmo com os meus filhos...’ Sou grata por esse voto de confiança. Ninguém na minha família tinha seguido a carreira artística, isso também era uma novidade. Eles não tinham em quem se espelhar para compreender esse processo. Mas, mesmo assim, me apoiaram. Saí de Itu, de uma escola particular, e fui estudar em São Paulo, numa pública, para sobrar dinheiro para o curso de teatro. Fui muito determinada porque sabia que queria ser atriz. Hoje já não sou assim, acho que a maturidade está me deixando indecisa, é o processo inverso... Na juventude você encara tudo sem medo das consequências. Daí os anos vão passando e você vê que as coisas não são bem assim... Quando a gente é mais nova, não enxerga os perigos, por isso é destemida.”
RESPONSABILIDADE
“Desde cedo eu e o meu irmão Bruno, de 26 anos, ajudávamos na sorveteria dos meus pais. Eles nos passaram os valores do trabalho, da colaboração, da responsabilidade... Ensinaram a cumprir horários e a cuidar bem do dinheiro. Por isso sou pé no chão, a educação que recebi é o que me segura até hoje. As pessoas me perguntam ‘Como você faz para não perder a cabeça, para não pirar?’ Digo que a família é a minha base. Também me cobro demais, por isso estou entrando numa fase de me acolher, de me chicotear menos, de me amar. Quero me permitir fazer errado, não ter que fazer sempre o melhor.”
UNIÃO
“Sempre que procuro uma palavra de conforto, recebo o apoio da minha família, que é bem tradicional, unida, escandalosa, visceral... É o que me mantém de pé muitas vezes. Acho que, quando a gente tem essa experiência familiar, se preocupa mais com o outro e com o mundo. O respeito pelo ser humano fica maior quando recebemos afeto. A minha família me faz acreditar na humanidade e no poder transformador do amor.”
FOCO
“No fim do ano passado, terminei de filmar o meu primeiro longa, chamado Canastra Suja. Amei a experiência, que foi muito mais intensa que fazer novela — gravamos todas as cenas em três semanas. Foi uma oportunidade maravilhosa! A estreia deve acontecer este ano. Teatro eu nunca fiz. Tenho vontade, alguns projetos, mas nada definido. Neste momento, estou focada na novela e gosto de fechar um ciclo para depois iniciar outro. Gosto de estar inteira nos meus processos.”
ESPIRITUALIDADE
“Sou uma pessoa mística e me identifico com a filosofia budista. Descobri o budismo na novela Joia Rara (2013), quando visitei o Nepal e me encantei com tudo o que aprendi. Na verdade, essa viagem foi um divisor de águas na minha vida espiritualmente falando. Hoje, medito todos os dias. Quando não tenho tempo de fazer isso em casa, faço em qualquer lugar: no trânsito, no supermercado, no trabalho... O importante para mim é estar conectada, assim encaro melhor os meus conflitos. Penso que meditar é entrar em contato com o seu lado espiritual, com o divino, então é algo muito particular, cada um segue o seu caminho. Chamo o que faço de meditação, mas muitas vezes é só um mantra, uma oração, uma respiração, um exercício de relaxamento, um alongamento... É o momento em que me conecto comigo mesma e busco equilíbrio. Tem um mantra que me ajuda muito, que é o Ho’ oponopono, uma prática havaiana com vista à reconciliação e ao perdão. Repito para alguém ou para mim mesma quando preciso: ‘Sinto muito, me perdoa, te amo, sou grata’. A meditação ainda me ajudou a superar a ansiedade e a perceber que eu também sou responsável pela energia do todo. Preciso ser uma pessoa melhor para desejar um mundo melhor. Meditar, para mim, nada mais é do que praticar o amor e a gratidão. Essa espiritualidade faz parte do tripé que me dá paz, composto também de saúde e família.”
MATERNIDADE
“Sempre quis ter filho, adoro crianças, mas sei que agora não é o momento certo. Não costumo planejar muito a vida, as coisas vêm para mim... Não de modo fácil, mas eu deixo rolar, de certa forma. Jogo para o universo e elas acontecem: um trabalho chama o outro, um caminho leva a outro lugar... A coisa aparece e eu encaro. Então com um filho acredito que será igual. Quando for a hora certa, vai acontecer.”
AMOR
“Eu e o Pedro estamos juntos há cinco anos, morando sob o mesmo teto há quatro. Além de ator, ele trabalha com audiovisual. O lado bom é entender a rotina, o beijo na boca na TV... Eu também tenho que compreender. Não dá para sentir ciúme porque levamos o nosso ofício a sério, sabemos que não é curtição. Por isso, temos muito respeito e admiração pelo trabalho do outro. O Pedro estuda comigo, a gente discute as cenas, troca aprendizados... Ele também me ajuda muito em casa — cuida das compras, das contas...”
MALHAÇÃO
“Adoro praticar exercícios ao ar livre, pedalar ou caminhar me agrada mais do que ficar na academia, que faço por obrigação. Na época da novela Boogie Oogie (2014), quando precisei tonificar o corpo para desfilar com bustiês, peguei firme! Também já fiz kickboxer e adorei, porque ajuda a extravasar o stress. Gosto de malhar de manhã para ter pique, a disposição se prolonga pelo dia todo. Fazer algo por você sempre é um fator de motivação.”
DIETA
“Não me dou bem com carnes, então evito. Procuro ter cinco cores no prato e coloco apenas um carboidrato na mesma refeição. Sempre fui magra, mas agora dei uma afinada.”
VAIDADE
“Sou moleca, do tipo que se joga no chão, se suja. Cuidar da pele e do cabelo exige um esforço, e para mim isso não é natural. Não posso dizer que eu acordo e gosto de passar hidratante. Não! Fico me policiando para ser mais cuidadosa com a minha beleza. Preciso lembrar do filtro solar, do óleo que uso durante o banho porque a minha pele é ressecada e eu não tenho paciência para me besuntar de hidratante depois... Maquiagem? Só uso um corretivo nas olheiras, porque sempre posso encontrar uma pessoa na rua que me reconhece e pede uma foto. Ela ficaria decepcionada se eu saísse de cara lavada... Além disso, um hidratante labial, um belisco na bochecha... Por enquanto é assim. Daqui a alguns anos eu não sei. O mesmo vale para a moda. Adoro conforto. Por isso me cobro de usar salto para ficar mais arrumadinha, mas não curto muito. Se estou a fim, faço o tipo sensual e abuso dos truques que toda mulher sabe lançar mão quando quer ou precisa.”
DE: BIANCA PARA: VOCÊ
Dicas que ajudam a criar um mundo bom — para todo mundo!
Fique bem consigo mesma
Se isso envolve fazer plástica ou usar outros artifícios para ficar mais bonita, invista, vá ser feliz!
Tente ser otimista
Eu procuro sempre o lado positivo. Você pode ver metade do copo cheio ou metade vazio. Cabe a você decidir como irá olhar para ele!
Conecte-se com o espiritual
Não importa o caminho que a leve até ele, o que vale é acreditar em algo. Assim, a vida fica mais suave!
Carregue um livro bacana na bolsa
Sugiro A Arte Cavalheiresca do Arqueiro Zen (ed. Pensamento), que fala sobre a filosofia oriental. Ele é fininho e ótimo para ter sempre à mão. Traduz de forma simples os pensamentos do zen-budismo e nos faz repensar várias atitudes.