Postar foto de biquíni no Instagram não demonstra que você é uma profissional melhor ou pior, só mostra que você é humana; Aline Zattar reflete sobre isso na coluna desta semana!
O corpo e a exposição da mulher atingem, ainda hoje em dia, diretamente o campo profissional e a sua capacitação. A gente vê uma movimentação grande nas redes sociais de mulheres empresárias, advogadas, médicas, entre outras profissões, tendo que abordar essa analogia, de que sua capacidade não é medida pela foto de biquíni que elas postam ou pela diversão do último final de semana. E como qualquer outro profissional, a mulher não só pode como deve ter o direito de se divertir e aproveitar naturalmente a vida. E por que não postar também?
Ter que fazer uma movimentação em redes sociais com esse conteúdo já é em si um problema, já que não deveria ser nem pauta.
Porém, além de serem expostas a esse tipo de julgamento existe outro que vem ao encontro desta mesma vertente e que reverbera dentro dos relacionamentos, com abusos psicológicos, físicos e até o extremo: a morte. Sim, quase todos os dias são noticiados casos de feminicídio.
É nítido o machismo enraizado na nossa sociedade, onde nota-se claramente o sentimento de posse do homem sobre a mulher, principal causa do feminicídio atualmente. São homens (não generalizamos aqui) que acham que têm a propriedade, que são ‘donos’ da mulher, com direito de impor suas vontades, de ‘puni-las’ e ‘discipliná-las’ quando elas não agem conforme eles desejam ou determinam.
Essa noção tem sua origem na forma como a sociedade enaltece o masculino, e isso reflete diretamente na educação de base de meninos e meninas, e quem não busca uma evolução, bate reiteradamente nessas situações.
Se quisermos evoluir, tentar nos livrar cada dia mais dessas predefinições quase que impostas na nossa sociedade, precisamos mudar a forma com a qual educamos nossos filhos -- e a sociedade como um todo, para que deixe de ser natural a desigualdade de gênero e o da cultura da violência contra as mulheres. Esta, baseada em noções totalmente distorcidas sobre a superioridade masculina, na qual tudo ou quase tudo deve ser resolvido pela violência.
O diálogo é fundamental para tudo e todo tipo de relacionamento. Não é uma imposição que se quer, mas sim, respeito. Respeito pelas decisões que uma mulher toma e não ser julgada por isso.
É, minha gente, não dá para ir ao mar ou na piscina de jaleco, terninho ou qualquer outro tipo de roupa não propícia a isso.
Parece surreal termos que ainda falar e demonstrar que a capacidade da mulher não diminui por ela se divertir ou usar um biquíni. Mas precisamos tocar nesse assunto, causar desconforto, pois não podemos aceitar mais tantas mulheres serem machucadas e mortas pelo simples fato de viverem sua liberdade de serem quem são e serem tolhidas desse direito, o qual é 100% exercido pelos homens.
Além de influenciadora digital, modelo, vencedora do miss plus size 2013, Aline Zattar é mãe, linda, inspiradora e é uma mulher que aprendeu a se amar, depois de tantos anos ouvindo que o seu corpo estava fora do padrão.
Autoestima e amor-próprio são essenciais para uma vida saudável (mental e fisicamente falando). Por isso, e por tantos outros motivos que vocês descobrirão ao longo do tempo, Aline Zattar é a nova colunista da Máxima Digital.
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