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Comportamento / Projeto social

Coração generoso! Jacqueline Sato conta detalhes sobre projeto social para adoção de gatos

Em uma entrevista exclusiva com a Máxima Digital, a artista falou sobre seu projeto desde o início

Gabriele Salyna Publicado em 26/04/2021, às 16h06

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Jacqueline Sato conta detalhes sobre projeto social para adoção de gatos - Pupin+Deleu
Jacqueline Sato conta detalhes sobre projeto social para adoção de gatos - Pupin+Deleu

Jacqueline Sato tem um coração generoso. Além de atuar e apresentar programas, a artista é líder de um projeto social para adoção de gatos. 

Em uma conversa exclusiva com a Máxima Digital, ela contou detalhes da instituição que ajuda os animais abandonados a encontrarem um lar e uma família. 

Jacque disse que tudo começou bem cedo, quando ela ainda era uma criança. "A gente sempre fala que tudo começou quando eu, ainda criança, aos 9 anos de idade, resgatei a primeira ninhada de gatos na saída da escola e levei todos para casa. Meus pais acolheram e a gente iniciou essa prática de sermos 'Lar Temporário', sem nem saber ainda que existia um termo específico para isso. Apenas fazíamos o que acreditávamos ser o certo, que era abrir nossos corações e nosso lar para acolher estes animais abandonados que cruzavam nosso caminho e ficar com eles até encontrarmos uma família responsável para cada um.", contou. 

"De tanto fazermos isso, acabamos ficando conhecidos na região, e depois, com o meu trabalho como atriz, e como apresentadora, fui também conseguindo trazer mais visibilidade à causa.", disse. 

O número dos adotados cresce a cada dia! A artista falou sobre como é a rotina de cuidados com os animais na instituição: "Hoje, já somamos 2653 gatinhos doados. Lá na House of Cats nós resgatamos, cuidamos, damos carinhos diários, e fazemos a seleção do adotante até o momento de entrega de cada gatinho. Durante quase toda a nossa trajetória sempre fomos nós mesmos, minha família e alguns amigos próximos, quem financiava tudo: custos veterinários, ração, areia, medicamento, brinquedos e etc.".

"Conforme o projeto foi se tornando mais conhecido, mais pedidos de ajuda foram chegando. E para que a gente pudesse continuar fazendo esse trabalho e passasse a ajudar cada vez mais animais, começamos a aceitar ajuda financeira, fazer parcerias, e etc.", disse.

A ajuda é bem-vinda sempre! Jacque contou sobre como tudo aconteceu dentro de casa: "Na minha família todo mundo doa um pouco dos seus talentos, do seu tempo, do seu amor para a causa: minha mãe é quem faz mais coisas, cuida dos animais, seleciona os adotantes, publica os posts nas nossas páginas. Meu pai, foi o maior doador da House of Cats até hoje, nos doou uma sala comercial, pouco antes de estourar a pandemia, e depois de estarmos nessa situação toda por conta do Covid-19, doou um espaço dentro da propriedade da família para podermos montar o gatil e fazermos nosso trabalho estando em casa. Minha irmã, doou o projetos de Design de Interiores para ambos os espaços. Um dos meus irmãos criou a primeira versão do nosso logotipo, nosso 'Formulário de Adoção Online' e está, atualmente, desenvolvendo junto comigo o nosso website (espero que consigamos lançar em breve!). E o outro fez a atualização do nosso logotipo, e foi o maior incentivador da criação das nossas páginas no Facebook e no Instagram em 2016, pois, antes disso, não existia 'House of Cats', resgatávamos e publicávamos os gatinhos que estavam sob nossos cuidados em nossos perfis pessoais.".

A artista é grata à sua família pelo apoio em seu projeto e toda a equipe que está ao seu lado: "Agradeço muito minha família, pois sem o apoio deles, esse projeto poderia não ter se tornado realidade. Agradeço também a todos os parceiros, às veterinárias, que oferecem seus serviços com um preço mais acessível, às nossas voluntárias Alessandra, que nos ajuda a responder as pessoas nas mídias sociais, à Kaka, que tem criado nossos stories, e aos 'Lares Temporários', que também abriram suas casas e seus corações para acolherem os animais resgatados até que a gente encontre um lar definitivo para eles, e às pessoas que gostam e colaboram com esse nosso trabalho das mais diversas formas."

Jacque disse que todos podem se tornar voluntários: "Deixo o convite para quem quiser se voluntariar oferecendo qualquer tipo de ajuda, não só ajuda material, mas de tempo, de amor, daquilo que sabe fazer e pode oferecer."

"Vale muito cada minuto dedicado, e é gratificante e emocionante demais presenciar o momento em que o animal encontra com sua nova família. Sei que a vida de ambos nunca mais será a mesma. E será transformada para melhor.", continuou. 

Ela falou sobre o mais importante: ajudar! "O importante, pra nós, é diminuir o número de animais abandonados, dando a cada um deles um lar com amor, carinho e cuidado responsável, além de difundir a consciência da importância da castração, para que não aumente ainda mais o número de animais abandonados.", disse. 

COMO TUDO COMEÇOU

Jacque deu mais detalhes sobre tudo começou. "Surgiu naturalmente e por uma necessidade. O primeiro resgate foi quando tinha 9 anos. Se aparecesse na minha frente, não conseguia ignorar.", contou. 

"E é assim até hoje. Não era um projeto, e nem imaginava que seria. Apenas tínhamos a necessidade de ajudar os que cruzavam nosso caminho. De ninhadas em ninhadas acolhidas esporadicamente, íamos conseguindo doar os filhotes e a mães com relativa facilidade, até que descobrimos que em nosso condomínio tinham muitos gatinhos abandonados e resolvemos repetir o que tinha dado certo. Eu mesma resgatava. Até então publicávamos nas nossas redes sociais pessoais, e os amigos iam compartilhando.", continuou. 

"Começou a aumentar a procura por gatinhos, e também os pedidos de ajuda. Aí tivemos a ideia de criar uma página destinada a eles no Facebook e no Instagram para que pudéssemos concentrar tudo. Escolhemos o nome e criamos em maio de 2016. Tratamos dos nossos resgatados com muito carinho e, geralmente, quem já adotou com a gente, recomenda para outras pessoas. E assim seguimos em frente.", disse. 

SEMPRE FOI UM SONHO?

Jacque contou que sempre foi algo natural: "Sempre foi algo muito natural pra mim. Não consigo virar as costas quando sinto que tenho como ajudar. Isso em muitos âmbitos da vida. Claro que temos que saber nossos limites, mas sempre segui minha intuição e até agora só tenho uma coisa a dizer: quero poder fazer muito mais.", contou.

PROJETO SOCIAL E SOCIEDADE

A artista contou que vê o impacto de seu projeto na sociedade e confessou que sempre acreditou nas mudanças, que podem começar bem pequenas.

"Tenho percebido que mais pessoas vem buscando incluir algum tipo de trabalho social em paralelo, ou aliado, às suas profissões. Eu acho isso lindo, e acredito que é uma ótima forma de melhorarmos o que está à nossa volta. Sempre acreditei na eficácia das mudanças que começam do micro e vão se expandindo pro macro, ou seja, comece a fazer algo na sua rua, no seu bairro, encontre uma causa que te faça vibrar e querer agir, e comece. Simplesmente comece a ajudar da forma que você puder naquele momento. Juro, aos poucos você vai conhecer outras pessoas que pensam e sentem parecido. E essa rede vai se ampliando e se fortalecendo até que mudanças maiores possam acontecer.", disse.

Ela continuou: "Penso que o mundo anda precisando muito que as pessoas se engajem, e se movimentem em direção às coisas que querem ver transformadas. Afinal, já estamos exaustos de esperar o governo, ou a justiça fazer o que esperamos que façam. Não que não devamos continuar cobrando, pelo contrário, mas acho que quem pode agir, deve agir. E tenho visto grandes resultados da união e ação das pessoas comuns em prol às mais diferentes causas. A pandemia escancarou as diferenças entre as classes sociais, entre quem se importa e quem não está nem aí, as injustiças ficaram ainda mais nítidas, a importância da coletividade nunca foi tão clara, e o quanto uma única pessoa pode fazer a diferença para o bem ou para o mal também ficou ainda mais visível. Espero que cada vez mais a gente possa acreditar e valorizar esse senso de coletividade.".

PANDEMIA E TRABALHO SOCIAL 

A pandemia da Covid-19 atrapalhou projetos no mundo todo, mas o trabalho social de Jacqueline conseguiu se adaptar. 

"No nosso caso, todo o processo de adoção sempre foi feito on-line, a pessoa responde ao nosso 'Formulário de Adoção', nós analisamos e entramos em contato para que seja realizada a escolha do gatinho e o agendamento. A diferença é que antes, quando alguém tinha dúvidas de qual queria, era possível fazer uma visita para decidir. Atualmente, temos pedido que a escolha seja feita através de fotos e videos apenas, para maior segurança de todos. E a hora de entregar o gatinho também sofreu alterações para que possamos manter a distância e a segurança: a entrega é feita em ambiente externo, com distanciamento de 2 metros entre os envolvidos, todos de máscara, e com álcool disponível para todos higienizarem as mãos e o que mais for necessário. Pegamos a caixinha de transporte, colocamos o gatinho dentro, fechamos bem, e a colocamos no chão, entre nós e o adotante, juntamente com o 'termo de adoção', aí nos afastamos, o adotante assina o termo de adoção, e pronto, vai embora feliz com seu novo membro da família.", contou. 

QUERO ADOTAR E AGORA?

Para os corações que ficaram tocados com o projeto, Jacque explicou como é o processo para isso. 

"A pessoa entra em contato com a gente através das redes sociais, e o primeiro passo é sempre responder ao 'Formulário de Adoção'. No Instagram temos o link na Bio que já direciona para todos os nossos formulários, o de adoção, e o pra quem quer se tornar um lar temporário. Depois de preenchido é só aguardar que assim que analisarmos as respostas, entraremos em contato. Pedimos um pouquinho de paciência e administração da ansiedade rsrs. Somos poucos na equipe, e somos extremamente cuidadosas no exame do nosso formulário de adoção responsável. A gente que criou, e pensou bem em cada perguntinha.", disse. 

Ela continuou: "Além disso, a avaliação continua, por WhatsApp e telefone, pois gostamos de conhecer melhor cada adotante antes de darmos andamento à adoção. Sempre averiguamos com cautela a questão das telas nas janelas, por exemplo. Se a pessoa não está disposta a nos mostrar que o local onde o animal viverá é seguro, nós não aprovamos, preferimos optar por um outro adotante que tenha esta relação de transparência conosco.". 

"Só concluímos a adoção quando temos 100% de certeza que será um adotante responsável. Ao adotarem com a gente um vínculo é criado, os adotantes nos enviam fotos e vídeos dos gatinhos em sua nova casa com frequência, mesmo depois de bastante tempo. É lindo ver o crescimento dos filhotes, e o entrosamento de cada gatinho com a nova família. Sempre enche nosso coração, e faz a gente querer fazer cada vez mais e melhor. Acompanhamos também via redes sociais, claro. E, sem dúvida, parte mais gostosa de tudo isso é o momento da adoção, desse encontro especial, que a gente apelidou de 'Final Feliz'. Então continuar vendo o que acontece depois do 'Final Feliz' também é muito prazeroso.", finalizou. 

PROJETOS FUTUROS

Os planos para o futuro não param! Jacque confessou que tem várias ideias para os próximos passos da instituição. 

"Em relação à House of Cats', quero concluir o desenvolvimento do nosso site, onde todos poderão conhecer nossa história detalhadamente, ver os animais que estão aguardando para serem adotados, ver os 'Finais Felizes', e também poderão fazer doações mensais de forma super prática. Quem sabe, se conseguirmos angariar fundos suficientes, ou encontrar um patrocínio, poderemos tornar realidade um outro sonho nosso: um 'Cat Café', onde todos os gatos sejam adotáveis? Esse tipo de estabelecimento é muito comum no Japão, e também na Inglaterra e Estados Unidos, mas na maioria das vezes são gatos de raça e gatos do próprio estabelecimento. A gente quer fazer diferente, quer que sejam todos SRD ou vindos de maus tratos, depois de devidamente cuidados e sociabilizados, claro, pra ficarem esbanjando charme nos clientes do café. E claro, num futuro não pandêmico.", disse.