A médica descobriu seu sonho pela medicina ao passar por uma situação pessoal com seu avô
“Sou a Dra. Joyce Caseiro Duarte, sócio-fundadora de uma rede de residenciais para idosos.”, se apresentou.
“Eu descobri que eu queria fazer medicina quando tinha 16 anos. Meu avô teve um tumor de bexiga e precisava ficar internado para fazer umas aplicações de quimioterapia e minha família toda trabalhava, ninguém conseguiu ficar com ele no hospital e quem acabou ficando fui eu. Eu adorei, achei aquilo fantástico, cuidar das pessoas, foi aí que eu falei: nossa eu vou fazer medicina!”, narrou.
Ela disse que o caminho não foi fácil: “Só que a minha família não tinha dinheiro, nunca tivemos, eu não podia virar para o meu pai e falar: pai, eu quero fazer medicina, eu sou a filha mais velha de três meninas em casa, ele não ia ter como pagar e minhas irmãs não iam ter como estudar. A primeira faculdade que prestei nem foi medicina, foi farmácia, saí do terceiro colegial, passei na Oswaldo Cruz, e quando meu pai veio comemorar eu chorei que não queria. Minha mãe foi trabalhar na cantina do cursinho para eu poder fazer cursinho, porque também era caro, me dediquei, e passei na Unicamp em 2004.”.
“Me formei como médica em 2010 e comecei o projeto de residenciais sênior em 2013, por perceber que não tinha nada diferente no mercado, era bem asilar, o conceito que existia, de abandono do idoso ficar no residencial só para comer e dormir, não tinha nenhum tipo de atividade multidisciplinar. Como médica vendo esse bastidor queria fazer algo diferente. Em paralelo a isso, eu precisava cuidar do meu avô, o mesmo que foi meu incentivo a ser médica, ele teve diagnóstico de Alzheimer e realmente não tinha um local adequado para o tratamento dele.”, continuou.
Foi então que o lado empreendedora falou mais alto e Joyce passou a investir em seu próprio negócio: “Comecei no interior de São Paulo, em Jaguariúna, que é uma cidade pequena e que não tinha nenhum tipo de casa de acolhimento para idosos, apenas um único projeto na cidade.”.
Nem tudo foi fácil, ainda mais por ser uma mulher no ramo do empreendimento: “Enfrentei todas as dificuldades, que por ser mulher foram ainda maiores! O projeto caminhou, vários amigos meus perceberam que estava dando super certo, depois disso já repliquei uma primeira unidade em Campinas em 2016.”.
“Em 2017, inauguramos o nosso escritório em Campinas/SP, para servir de base para a gente conseguir ajudar os amigos que queriam também fazer casas na cidade deles, por também perceberam que muitos idosos não tinham assistência adequada.”, contou.
A jornada de Joyce tem muitas batalhas, mas o caminho está sendo lindo e de sucesso: “A rede de franquias cresceu e hoje está com 78 unidades. Hoje a gente tem mais de 80% de mulheres no escritório central, várias em cargos de chefia, mais da metade dos nossos franqueados hoje também são mulheres, e estou super orgulhosa de poder ajudá-las a enfrentar as dificuldades e aprender no dia a dia como ter o nosso lugar no mercado!”.