Obstetriz Mariana Betioli explica que é possível curtir as férias mesmo estando naqueles dias e ainda explica diferença entre coletor e disco menstrual
Piscina, biquíni e sol. A chegada do verão é um dos momentos mais esperados do ano, principalmente em 2021 – após 2020 ter sido um ano atípico e difícil para todos.
Entretanto, além dos cuidados básicos em relação ao coronavírus, muitas mulheres também possuem uma outra preocupação: a menstruação.
Extremamente temida nessa época do ano, a menstruação no verão não é nenhum bicho de sete cabeças. Mariana Betioli, obstetriz e fundadora de uma das maiores marcas de coletores menstruais do Brasil, explica que é possível curtir as férias mesmo estando naqueles dias.
“Hoje em dia há diversas opções que tornam o período um pouco mais confortável, como os coletores menstruais. Para quem não se preparou e foi pega de surpresa, os discos menstruais também são uma opção”, comenta Mariana.
O coletor menstrual já não é algo totalmente novo no Brasil, mas muita gente ainda tem certa resistência para começar a usar. Também conhecido como copinho, o coletor é um compartimento de silicone de uso interno que coleta a menstruação, podendo ser usado por até 12 horas.
O disco menstrual tem os mesmos benefícios do coletor menstrual. Com ele, dá para ir à praia, entrar no mar e fazer atividades físicas sem se preocupar com vazamentos. A diferença é que o coletor menstrual é inserido na entrada do canal vaginal; já o disco menstrual fica posicionado mais ao fundo, em volta do colo do útero.
Desse jeito, o canal vaginal fica “livre” e isso permite relações sexuais com penetração, sem vazar a menstruação durante o sexo.
Vale lembrar que utilizar absorventes no verão pode ser prejudicial à saúde se os cuidados não forem tomados. “Os modelos mais comuns do mercado – os absorventes descartáveis externo e interno – não são os mais indicados, especialmente neste período de calor. Absorventes internos, se utilizados por muito tempo, podem ocasionar a Síndrome do Choque Tóxico, então devem ser trocados com frequência. Quando inseridos no canal vaginal, ainda acabam sugando não só o sangue, mas também toda a umidade da vagina, desregulando o pH e favorecendo a proliferação de fungos e bactérias indesejadas.”
“Já os externos podem causar alergias e irritações. Esse modelo também abafa a região íntima e o sangue que fica em contato com a vulva começa a entrar em decomposição. Isso aumenta o risco de infecções”, ressalta a obstetriz.
Além disso, quem sofre com cólicas intensas deve evitar entrar no mar ou piscina se a temperatura da água estiver muito gelada – da mesma forma que compressa de água quente pode aliviar a cólica, a água muito fria pode aumentar o desconforto.
“Os produtos que a gente usa no nosso corpo influenciam diretamente na nossa saúde, principalmente no verão, que o clima já é mais propício para proliferação de fungos e bactérias. É importante avaliar as opções e tomar cuidado sempre”, finaliza a obstetriz.