Nutricionista explica o que torna esse doce saudável e ensina como consumir corretamente
O chocolate é produzido a partir do cacau, uma planta nativa das florestas quentes e úmidas. O tipo amargo deve ser elaborado com, no mínimo, 25% de sólidos totais de cacau. Contudo, para ser considerado saudável mesmo, é importante que seja constituído de mais de 50% de cacau. Isso porque, quanto maior a porcentagem de tal planta, menor a porcentagem de açúcar e gordura, que são os ingredientes que tornam o chocolate pouco saudável.
O cacau é uma fruta extremamente rica em antioxidantes que oferecem diversos benefícios para o nosso corpo. “Os antioxidantes combatem os radicais livres, evitando os danos oxidativos causados por eles no DNA e, por isso, estão relacionados com a prevenção do envelhecimento precoce e de diversos tipos de câncer e doenças neurológicas, como o Alzheimer”, enumera a nutricionista Natália Colombo. Logo, todos esses benefícios podem ser obtidos com o consumo do chocolate amargo.
“Além do antioxidante, o chocolate amargo também apresenta aminas biogênicas que estimulam a produção de neurotransmissores como a dopamina e a serotonina, relacionados com o bem-estar e o controle da ansiedade”, acrescenta Natália Colombo. “Também possui teobromina, que está relacionada com o aumento da energia, a redução de apetite e o efeito vasodilatador”, completa.
De acordo com a nutricionista, o melhor chocolate é o que possui no mínimo 70% de cacau (informação que deve estar na embalagem do produto). “Isso porque, se 70% é cacau, que é ótimo para a saúde, apenas o restante, 30%, vai ser de gordura ou manteiga de cacau e leite e/ou açúcar”, explica.
Todavia, se você não gosta de chocolate tão amargo, também pode obter benefícios com porcentagens um pouco menores. “Para que o chocolate tenha uma boa quantidade de flavonoides, se transformando assim em um alimento saudável, tem que ter no mínimo 50% de cacau em sua composição”, afirma o nutricionista Bruno Machado.
De acordo com a nutricionista Natália Colombo, alguns estudos têm mostrado que o cacau melhora o fluxo sanguíneo, prevenindo a formação de coágulos e melhorando a pressão sanguínea. Porém, o nutricionista Bruno Machado complementa que apenas o chocolate amargo, consumido isoladamente, não traz tantos benefícios; ele deve fazer parte de uma alimentação saudável.
“A maior parte dos benefícios trazidos pelo chocolate vem dos flavonoides (chamados catequinas e proantocianidinas), que são antioxidantes naturais. Mas o alimento também é uma fonte importante de potássio e magnésio, minerais”, acrescenta a nutricionista Daniela Medeiros. O consumo ajuda na redução da formação de placas de gordura, no controle da pressão arterial e melhora o fluxo sanguíneo.
Mesmo sendo saudável, o chocolate amargo não deve ser consumido em excesso. Ele pode ser consumido todos os dias em pequenas quantidades se estiver associado a um plano de alimentação saudável, recomenda Bruno Machado.
“A quantidade pode variar dependendo do caso ou da pessoa, mas estudos têm mostrado que, com 30 gramas de chocolate 70% cacau por dia, você já consegue aproveitar bem todos os benefícios do cacau, como a sua ação antioxidante, que pode ajudar na prevenção de alguns tipos de câncer, entre eles de intestino”, acrescenta Natália Colombo.
Tudo o que é consumido em exagero pode engordar. “O chocolate amargo é muito bom para a saúde, mas deve ser consumido com moderação, assim como os outros. Em termos de calorias, 100 gramas do chocolate ao leite têm 540 cal contra 475 do amargo; tem diferença, mas não é tão grande”, alerta a nutricionista. Entretanto, apesar de a diferença calórica não ser tão significativa, a quantidade de gordura é muito maior no chocolate ao leite, prejudicando a saúde e favorecendo o aumento de peso.
Apesar de todos os benefícios do chocolate amargo, não é todo mundo que aprecia seu sabor. Muitas pessoas continuam preferindo o ao leite ou o branco, que infelizmente não possuem as substâncias saudáveis fornecidas pelo cacau. “Como é a versão amarga que traz tantas vantagens, o sabor pode ser um impedimento para seu consumo. Uma dica para começar a consumir esse tipo de chocolate é introduzir chocolates com um teor ligeiramente maior de cacau e ir aumentando aos poucos, para habituar o paladar”, aconselha a nutricionista Daniela Medeiros.
Se você não quiser ingerir o chocolate amargo de jeito nenhum, a nutricionista aconselha consumir os outros com muito mais moderação. “[O consumo dos] alimentos ricos em açúcares e gorduras e pobres em compostos bioativos (substâncias benéficas à saúde) deve ser mínimo. O que a pirâmide dos alimentos destaca é que o consumo de uma porção por semana não traz riscos à saúde”, indica Daniela Medeiros. Para Natália Colombo, os chocolates brancos e ao leite não devem ser consumidos, pois eles não trazem nenhum benefício à saúde. Mas, se for impossível resistir, a nutricionista aconselha a não passar de 15 g por dia.