A sobrevivente recebeu uma indenização de R$ 150 mil da justiça, e o mesmo pedido foi negado à família da jovem morta no sequestro
Quem não se lembra do sequestro que durou cinco dias em Santo André, na região da grande ABC no ano de 2008?
RELEMBRE O CASO
Nayara Rodrigues da Silva, a melhor amiga da vítima de Lindemberg Fernandes, atualmente está com 24 anos e estuda de engenharia. No ano passado, a Justiça de São Paulo condenou o Estado a pagar uma indenização de R$ 150 mil mais de 10 anos após um dos crimes que mais chocaram o Brasil. O poder público ainda pode recorrer.
O julgamento do rapaz aconteceu em outubro do ano passado, quando ele foi condenado a 94 anos e 10 meses de cadeia.
A defesa de Lindemberg recorreu e a pena diminuiu para 34 anos e alguns meses, porém, poderá aguardar um novo julgamento em regime semiaberto em cerca de três anos. Atualmente, ele está preso na penitenciária de Tremembé, interior de São Paulo.
A mãe de Eloá Pimentel, Ana Cristina Pimentel, tentou entrar com o mesmo recurso de Nayara na justiça, mas o pedido foi negado por juízes. Eles entenderam que o Estado não teve responsabilidade pela morte da jovem.
TRISTEZA
Em entrevista para o programa 'Repórter Record Investigação', da Record TV, Ana Cristina relatou os momentos de horror e tristeza na época em que a filha foi feita de refém em sua própria casa.
"Todos os dias eu acordo achando que era um pesadelo e que vou encontrar a minha filha no quarto ao lado", disse a mãe, em entrevista exibida no início desse ano.
Ana Cristina também revelou que não tem mais contato com a então melhor amiga de Eloá.
"A Nayara nunca veio na minha casa e nunca me ligou. Nunca mais a vi. Só nos encontramos nos dias dos depoimentos e julgamento, mas foi muito rápido".
Apesar do sofrimento, a mãe da menina tomou uma decisão assim que foi decretada a morte cerebral da filha: ela doou seus órgãos, que ajudaram ao menos cinco pessoas diferentes.
CASO ELOÁ
No dia 13 outubro de 2008, Lindemberg Farias entrou no apartamento da ex-namorada, Eloá Pimentel, e fez ela, dois amigos e Nayara como reféns.
A jovem, que tinha 15 anos na época, estava reunida em casa com os amigos para fazer um trabalho escolar. No mesmo dia, os dois rapazes foram libertados pelo criminoso.
Nayara foi libertada no dia seguinte e Eloá continuou refém do sequestrador, mas, dois dias depois, a garota foi levada ao apartamento novamente pelos policiais que conduziam as negociações, numa tentativa de forçar a rendição de Lindemberg.
A ação foi criticada por especialistas e pelas famílias das meninas, pois nunca na história um refém pode voltar ao cativeiro na tentativa de negociar com o criminoso.
Após cinco dias de sequestro, a polícia decidiu invadir o local após barulhos de tiros vinham de dentro do cativeiro.
Nayara Silva saiu com as mãos no rosto e sangrando, pois havia tomado um tiro na face.
Eloá Pimentel saiu em uma maca, e faleceu no hospital no dia seguinte.