Conheça a história de Dona Pureza que dá origem ao filme
Dona Pureza tem uma história inspiradora.
Pureza Lopes Loyola nasceu em Presidente Juscelino, município a 85 km de São Luís, e se mudou para Bacabal, a 240 km da capital, onde o marido tinha parentes. Com o fim do casamento, a sobrevivência passou a depender da olaria e da venda de tijolos na qual trabalhava ombro a ombro com seus cinco filhos. Evangélica, alfabetizou-se aos 40 anos com o objetivo de ler a Bíblia.
Em 1993, depois de meses sem notícias do filho caçula, Antônio Abel, que partira em busca da sorte no garimpo, Pureza decidiu seguir seu rastro. Com a roupa do corpo e munida de uma bolsa, sua Bíblia e uma foto de Abel, Pureza estava decidida a encontrá-lo vivo ou morto. Sabia apenas que ele tinha ido ao Pará.
Em sua busca determinada por Abel, Pureza visita fazendas e descobre um perverso sistema de aliciamento e escravidão de trabalhadores “contratados” para derrubar grandes extensões de mata nativa a fim de converter a área em pastagem para o gado.
De fazenda em fazenda, Pureza conheceu de perto o drama dos peões, tornando-se amiga e confidente de muitos trabalhadores. Conheceu por dentro o sistema pelo qual os empregadores confiscavam documentos de identidade dos empregados e tornavam-nos totalmente dependentes dos encarregados para obter roupa, comida e produtos básicos. Ouviu relatos dramáticos de trabalhadores que poderiam ser mortos se tentassem se rebelar ou fugir.
Com a ajuda da Comissão Pastoral da Terra – a CPT, Pureza entrou em contato com o Ministério do Trabalho e o Ministério Público do Trabalho no Maranhão, no Pará e em Brasília. Chegou a escrever cartas para três presidentes da República: Fernando Collor, Itamar Franco (o único que lhe respondeu) e Fernando Henrique Cardoso. Até hoje, ela guarda uma cópia de cada uma dessas cartas.
A batalha de Pureza para encontrar Abel deu impulso decisivo à criação, em 1995, do Grupo Especial Móvel de Fiscalização, que uniu auditores-fiscais do trabalho, policiais federais e procuradores do trabalho para viabilizar o cumprimento da lei e a observância de direitos trabalhistas em todo o território nacional.
Em 1997, Pureza recebeu em Londres o Prêmio Anti-Escravidão da Anti-Slavery International, a mais antiga organização de combate ao trabalho escravo em atividade no mundo.
Hoje, Abel vive em Bacabal com Pureza e a família.
Entre 1995 e 2021, o Grupo Móvel libertou mais de 57 mil trabalhadores em condições análogas à escravidão.
Em 2018, segundo estimativas da Walk Free Foundation, 369 mil pessoas foram submetidas à escravidão no Brasil. No mesmo ano, segundo a OIT, 40,3 milhões de pessoas foram submetidas à escravidão no mundo.
A política de combate ao trabalho escravo no Brasil se tornou referência mundial. Atualmente, o combate ao trabalho escravo enfrenta retrocesso no atual governo federal e no Congresso.
A história de Dona Pureza é tão inspiradora que deu origem ao filme Pureza, que leva seu nome logo no título e retrata tudo o que viveu.
Estrelado por Dira Paes, que interpreta a protagonista, o longa-metragem retrata toda a caminhada de vida dessa mulher.
CONFIRA A SINOPSE:
No interior do Maranhão, Dona Pureza trabalha fabricando tijolos ao lado de seu filho Abel. Em busca de uma vida melhor, o rapaz decide tentar a sorte nos garimpos da Amazônia. Quando fica meses sem receber notícias do filho, Pureza inicia uma jornada incansável para descobrir o seu paradeiro.
Na busca por Abel, Pureza percorre cidades, se embrenha em fazendas e descobre um cruel sistema de aliciamento e cárcere de trabalhadores rurais. Ela testemunha o tratamento brutal dispensado aos trabalhadores.
Com muita coragem, ela consegue escapar da fazenda e decide denunciar os fatos às autoridades Federais. Sem credibilidade, e lutando contra um sistema forte e perverso, Pureza retorna à fazenda para registrar provas e pressionar o governo – sem nunca perder de vista a busca por seu filho Abel.
Inspirado na história real de Pureza Lopes Loyola, cuja luta inspirou a criação do Grupo Especial de Fiscalização Móvel, a primeira ação na História do Brasil destinada a combater o trabalho escravo em todo o território nacional.
FICHA TÉCNICA
ELENCO
Dira Paes
Matheus Abreu
Flávio Bauraqui
Mariana Nunes
Sérgio Sartório
Claudio Barros
Alberto Silva Neto
Jefferson Mendes
Guto Galvão
Gregório Benevides
João Gott
Enoque Marinho
Goretti Ribeiro
Paulo Marat
Felipe Lima
Andrade Junior
Roger Paes
Marta Ferreira
Amanda Perdigão
Zuhmar de Nazaré
Participação Especial
Walderez de Barros
Antônio Grassi
Giulio Lopes
Paulo Paiva
Núcleo de Trabalhadores Rurais
Adonis Mendes
Celio Ferreira
Dalvan dos Santos
Erisvaldo da Silva
Jonas Silva
Euzimar de Souza
João Batista Lima
Joeldo Marques
José Gildaro
Matias Gomes
Milson Almeida
EQUIPE
Direção: Renato Barbieri
Produção: Marcus Ligocki Jr
Roteiro: Renato Barbieri, Marcus Ligocki Jr
Ideia Original: Hugo Santarém
Fotografia: Felipe Reinheimer
Montagem: Marcelo Moraes, EDT
Música: Kevin Riepl
Direção de Arte: Zé Luca
Som Direto: Zezé D'Alice
Supervisão de pós-produção: José Augusto de Blasiis
Desenho de Som: Caetano Cotrim De Blasiis, Eric Ribeiro Christani
Mixagem: Lucas Meyer, A.S.A.
Figurino: Inês Salgado
Desenho de Maquiagem: Martín Macias Trujillo
Maquiagem: Mari Pin
Direção de Produção: Mariangela Furtado
Produção de Locação: Johnny Catrolli (Marabá), Fernando Toledo (Brasília)
Produção de Elenco: Ciça Castello
Produtor Associado: Affonso Beato
Produção Executiva: Marcus Ligocki Jr., Renato Barbieri, Paulo Morelli e Marcelo Goedert
Empresa Produtora: Gaya Filmes, Ligocki Entretenimento