A ativista Andressa Oliveira - Foto: Maria Chrisá
Especial

Força Negra Feminina: Conheça a trajetória de Andressa Oliveira, a militante pelos direitos humanos

Neste especial do Novembro Negro, você irá conhecer algumas histórias importantes para o movimento; conheça Andressa Oliveira e sua história impactante

Artur Vieira Publicado em 09/11/2024, às 12h00

Iniciar essa série de quatro entrevistas no mês da consciência negra, nesse especial de reportagens para a Máxima; compartilhando com vocês leitores a história dessa potência de mulher que é Andressa Oliveira, carioca de 47 anos, militante pelos direitos humanos que tem uma paixão inabalável pela justiça social e um talento que a faz flertar com toda maestria com a música, sendo uma figura inspiradora também como cantora, transborda meu coração.

Evangélica “de berço”, aprendeu logo cedo com sua mãe Alda Lúcia o respeito pela diversidade de gênero e sexualidade, abraçando desde sempre pessoas LGBT+. Aliada ao Movimento Negro Evangélico (MNE), essa ativista antirracista, ensina, propaga e educa pessoas sobre a consciência de classe, atuando também na luta e diálogo inter-religioso e também instruí sobre os direitos das mulheres.

Ela é uma verdadeira força evangélica feminina, não apenas por sua fé, mas por transmitir princípios que buscam a construção de uma sociedade mais justa e equitativa, onde todos tenham acesso igualitário a direitos e oportunidades; algo que não se vê muito por aí nas pautas de líderes religiosos tradicionais.

O corpo social da igreja evangélica me sustentou ao longo da vida, eu não me tornei uma 'menina de rua’ pois tive a ajuda de muitos evangélicos” comenta Andressa.

Caminho evangélico

Ela nunca teve vergonha de se proclamar evangélica, pelo contrário sempre utilizou desse termo/confissão de fé como forma de resistência; algo que em nosso país se tornou algo muito corriqueiro e até ‘banalizado” devido a onda crescente da religião protestante que só aumenta e, ela sem se intimidar segue por aí com seu trabalho de conscientizar a sociedade sobre seu racismo enraizado.

A ativista busca mais equidade para a comunidade negra - Fotos de Giselly Canllya e Rafael Brito

 

Para aqueles que não conhecem o MNE (Movimento Negro Evangélico), ao qual ela faz parte; é uma organização de pessoas negras evangélicas que combatem o racismo estrutural e qualquer outra forma de opressão histórica que afeta a população negra.

Eles promovem ações de erradicar essas injustiças em nossa sociedade através de seminários, eventos, debates, palestras, ações sociais em comunidades e também ajudando outras instituições sejam religiosas ou educacionais que solicitem suas orientações. Um movimento fundamental para nossos dias atuais, tendo visto que essa nossa geração tem sido mais propensa a aprender e evoluir.

E Andressa é a melhor representação dessa organização, já que é uma das várias pessoas que atuam na linha de frente participando ativamente em favor desse ideal; que tem construído uma comunidade mais inclusiva respeitando e celebrando a diversidade racial e cultural, colhendo assim mudanças significativas por atuar também no campo evangélico: já que historicamente muitos grupos de cristãos protestantes foram liderados predominantemente por homens brancos, heterossexuais e de uma cultura (em sua maioria) europeia.

Andressa durante um protesto - Foto: Maria Chrisá

 

Nós NEGROS criamos formas de sobreviver”.

E durante essa entrevista que ela me concedeu recebi o lindo e emocionante relato que ela está oficialmente curada de um câncer de mama que estava em tratamento pela segunda vez (algo que ela mesma fez questão que fosse publicado, a fim de inspirar outras mulheres).

Então ao publicar essa matéria tão significativa e importante sobre a trajetória dela, essa entrevista ganha ainda mais sabor, e o sabor é de VIGOR.


Artur Vieira é um cristão, gay e jornalista que trabalha com o público LGBT+ desde 2013 na internet com o perfil @devoltaaoreino.

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