Máxima
Busca
Facebook MáximaTwitter MáximaInstagram MáximaGoogle News Máxima
Famosos / DIA DA MULHER NEGRA

Vozes negras: Mariana Sena, Any Gabrielly e Ana Flávia Cavalcanti falam sobre racismo no meio artístico

Mulheres pretas que são engajadas e lutam para combater o preconceito racial no mundo do entretenimento

MÁXIMA DIGITAL Publicado em 25/07/2020, às 10h00

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Mariana Sena, Any Gabrielly e Ana Flávia Cavalcanti lutam contra o racismo - Divulgação
Mariana Sena, Any Gabrielly e Ana Flávia Cavalcanti lutam contra o racismo - Divulgação

Assim como cidadãos comuns, artistas negros não se veem livres do racismo e do preconceito. A falta de intérpretes pretos, seja na música, na televisão ou no teatro, é uma triste realidade que precisa ser discutida e combatida.

Diversas personalidades levantam a bandeira da luta antirracista e utilizam da sua visibilidade para levar esse discurso tão importante para seu público, engajando cada vez mais pessoas no movimento. 

LUTA PELA VOZ

A cantora Any Gabrielly, do grupo musical ‘Now United'’, acredita no poder de influência que grandes nomes carregam. “Não dá mais tempo de fingir que não estamos vendo o que está bem na nossa frente. Influencers precisam começar a usar sua voz para mudar o mundo”, disse ela.

A jovem encontrou na sua arte uma forma de lutar contra a supremacia branca que existe dentro do mundo do entretenimento. “Não aceito mais as limitações do que posso fazer ou ser. As pessoas ainda vão me ouvir cantar sobre isso”, falou. 

"Não basta não ser racista, é necessário se antirracista"

Infelizmente as coisas não são muito diferentes no universo das interpretações. As atrizes Mariana Sena e Ana Flávia Cavalcanti abriram que o combate ao racismo é uma batalha diária que vem gravada na cor da pele.

Meu corpo, minha voz e minha presença imprimem a todo momento que sou uma mulher preta e se não me posiciono diante disso sou suprimida em qualquer ambiente que frequento, seja na rua, na padaria, no restaurante e no ambiente de trabalho”, explicou Mariana.

Criticando a forma com que o corpo negro é retratado, ela continuou: Ainda estamos produzindo projetos e materiais onde tem uma empregada sendo hostilizada, um policial preto que é assassinado, ou então, o personagem preto que só faz o bandido ou aquele ator que só faz o favelado se ferrando".

Não basta não ser racista, é necessário ser antirracista. Se posicionar frente a situações de injúria racial e abuso, é de extrema importância para que a mensagem seja levada ao maior número de pessoas possível. 

Tem sim que se posicionar, seja no seu fazer, no ambiente de trabalho, de estar ali no set, olhando ao seu redor e não ver nenhuma pessoa preta”, comentou Mariana.

Ana Flávia apontou a necessidade de se manter forte e saudável frente a tudo que está rolando nos dias de hoje. “Nem tudo é possível de ser transformado em arte, mas eu tenho me movimentado na direção dos meus sonhos, da potência, da alegria, da micropolítica”, contou.

REPRESENTATIVIDADE

Representatividade importa e importa muito. E é fato que algumas coisas precisam ser repensadas e mudadas. “Quero que a população preta seja vista como a maior parte da população, ligar a TV, entrar em um filme na internet, olhar ao meu redor e ver pessoas pretas sendo de fato representadas”, completou Mariana.

Falando sobre mudanças, Ana expôs aquilo que muitos desejam: “Eu espero que o racismo acabe, que a desigualdade no nosso país acabe”.