Máxima
Busca
Facebook MáximaTwitter MáximaInstagram MáximaGoogle News Máxima
LGBT / CINEMA

A força de "Fernanda Young: Foge me ao Controle"

O documentário, de Susanna Lira , tem a missão de mostrar as múltiplas faces de Fernanda Young e faz isso de forma lírica

Ezatamentchy Publicado em 23/08/2024, às 12h44

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Anárquica. Apresentadora. Intelectual. Controversa - Reprodução
Anárquica. Apresentadora. Intelectual. Controversa - Reprodução
"Fernanda Young: Foge-me ao Controle" (Brasil, 2024) Escritora. Anárquica. Apresentadora. Intelectual. Controversa. Artista. O documentário, de Susanna Lira , tem a missão de mostrar as múltiplas faces de Fernanda Young e faz isso de forma lírica, poética e punk, respeitando o estilo da escritora, falecida precocemente, em 2019.

Fernanda Young sempre chamou atenção por fugir das convenções sociais. O filme é ilustrado por imagens caseiras e profissionais, muitas fotos, em certos momentos beira o surrealismo, e na maior parte é narrado por sua protagonista, afinal ele sempre teve muito o que dizer. Young fala desde saúde mental, dislexia, sexualidade ao amor.

A montagem de "Foge me Ao Controle", de Ítalo Sanches, exala a energia caótica da artista. Ele mistura fotografias, entrevistas em programas da TV, trechos de livros e poesia à imagens de filmes como "Metrópolis(1927)", de Fritz Lang, ou "Taxi Driver,(1976)" de Martin Scorsese, "Salomé (1923)", "Bete Balanço(1984)", entre uma infinidade de cenas que soam como libertadoras.

O documentário é carregado por um espírito feminista muito forte, É o manifesto estético e audiovisual de uma mulher que carregou muitos triunfos mas também traumas. Um dos pontos altos do filme é quando ele reflete sobre Vani, a personagem do icônico "Os Normais", escrito com o marido Alexandre Machado, que é na verdade seu alter ego.

Animações criadas a partir de desenhos feitos pela própria Fernanda completam o mosaico do documentário. “O documentário mergulha neste lado literário da Fernanda que pouca gente conhece. Ela se ressentia por não ser reconhecida como escritora, e foi uma voz sobre o feminismo em uma época em que o assunto era pouco abordado”, conta Susanna Lira.

Íntimo, sem filtros e bastante inventivo, em termos de linguagem, o documentário oferece uma homenagem à memória de Fernanda Young, mas acima de tudo celebra sua vida e sua existência. A sua marca no mundo não esteve apenas nas muitas tatuagens em seu corpo, mas em cada palavra que escreveu, em cada reflexão pioneira que trouxe à tona.

*Eduardo de Assumpção é jornalista e responsável pelo blog cinematografiaqueer.blogspot.com
Instagram: @cinematografiaqueer
Twitter: @eduardoirib
Por Ezatamentchy