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"Soube o que queria ser quando vi uma drag pela 1ª vez", diz Ikaro Kadoshi

Em entrevista, a drag queen comentou sobre suas experiências e carreira

Máxima Digital Publicado em 25/10/2023, às 11h20

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"Soube o que queria ser quando vi uma drag pela 1ª vez", diz Ikaro Kadoshi - Instagram
"Soube o que queria ser quando vi uma drag pela 1ª vez", diz Ikaro Kadoshi - Instagram
Ikaro Kadoshi é uma drag queen há mais de 20 anos e, durante todo esse tempo de carreira, a artista traz em seus trabalhos temas importantes para a comunidade LGBTQIAPN+. 
“Quando eu vi a primeira drag queen na minha vida, eu tinha 16 anos anos e meu mundo mudou ali. Eu entendi o que eu queria ser quando eu vi a primeira drag queen”, disse ele em entrevista ao iG Queer. 
Durante o bate-papo, Ikaro falou sobre como surgiu a ideia para esse nome: “Eu conheci ainda uma drag que se chamava Romana Rose, o nome dela era em homenagem ao amor pela mitologia greco romana que ela tinha e que era a mesma paixão que eu tinha".
"Eu era a pessoa que ficava no camarim com todas as drag queens, e não ia curtir a balada, só ficava no camarim, vendo elas se montarem e conversando. Um dia, ela (Romana) me falou: ‘Se você se montar um dia, vai se chamar Ícaro por causa da lenda de Ícaro’. Eu respondi: ‘Você está louca que eu vou me montar!”, relembrou.
Ikaro falou sobre a confusão nas boates por conta de seu nome: “Por ser um nome masculino para uma drag queen, uma pegadinha para as pessoas refletirem sobre o que é masculino e feminino.”
"As pessoas falavam: ‘Quem é o gogo boy Íkaro que vai fazer show hoje?’ Porque até então o nome de drag era tudo feminino. E aí, eu pensei: ‘Ah, talvez eu precise de um sobrenome’.” Kadoshi veio da espiritualidade, outra marca forte de Íkaro", continuou.
O artista falou sobre os desafios nesses 23 anos de carreira: “Você pode reinventar a si mesmo, criando um show novo que esteja de acordo, por exemplo, com a música do momento, com as mensagens do momento”.
“O artista é um contador de ideias e histórias do tempo e espaço que ele vive, mas também de outros tempos que ele quer trazer das reflexões que nunca cessam na humanidade sobre temas como justiça, amor, violência e uma série de outras questões", completou.
“Eu descobri também que é sobre a minha voz, sobre o que eu falo, não só sobre quando eu estou no palco. Quando eu descobri o poder que a minha voz tinha, talvez essa tenha sido a grande alavanca da relevância, porque a drag é uma escola única, que te dá uma visão de mundo que poucas outras pessoas têm", falou.