Cultura queer precisa se lembrar da importância de Rex

Antes do Reddit, do Pornhub ou das fitas VHS, a arte era a principal forma de fantasiar sobre o sexo gay. Ilustrações de homens hiper-masculinos envolvidos em atividades homoeróticas, frequentemente vestindo couro ou retratados como arquétipos como policiais ou motociclistas, se difundiram na cultura queer em meados do século 20. Grande parte desse trabalho veio da mente e das mãos do artista Touko Valio Laaksonen, mais conhecido como Tom of Finland.

Outro artista que se destacou nesse cenário foi Rex, conhecido por suas representações de homens em estados variados de prazer. O trabalho de Rex aparecia não apenas em cartões postais e desenhos emoldurados, mas também em capas de romances populares e nas paredes de bares gays icônicos, como o Mineshaft em Nova York.

Infelizmente, Rex faleceu no final de março em Amsterdã, conforme informou a Fundação Bob Mizer, uma organização sem fins lucrativos que preserva e promove a fotografia e a arte erótica de meados do século.

"Após um breve período trabalhando no mundo da arte comercial na década de 1960, ele adotou o nome Rex e começou a desenhar representações cruas e explicitamente gráficas da subcultura S&M que estava emergindo nas costas dos EUA na década de 1970", segundo a Fundação. "Ele utilizava caneta e tinta, empregando uma técnica de pequenos pontos chamada pontilhismo para criar suas imagens em preto e branco de sexo gay explícito entre homens musculosos e rudes em locais como bares escuros, becos sujos e motéis decadentes."

Rex viveu de forma tão reservada que seu nome verdadeiro e idade permanecem desconhecidos – acredita-se que ele tinha 76 ou 77 anos quando faleceu – e ele se recusava a ser fotografado.

Rex parou de produzir desenhos no início da crise da AIDS, no começo dos anos 1980. Eventualmente, ele ficou desiludido com as tendências puritanas da América e decidiu começar uma nova vida no exterior.

Por Ezatamentchy