Com uma estética única, o longo vai crescendo pouco a pouco, a ponto de atingir uma catarse queer - Reprodução
CINEMA

Semana do Rock? Temos "The Rocky Horror Picture Show"!

Dirigido por Jim Sharman, o filme é uma adaptação do espetáculo musical, Off Broadway escrito por Richard O Bien

Ezatamentchy Publicado em 12/07/2024, às 09h25

Por Eduardo de Assumpção*
"The Rocky Horror Picture Show" (EUA, 1975) Apesar dos antigos musicais terem sido muitas vezes feitos para alcançar o público homossexual, com divas como Judy Garland, Julie Andrews e Doris Day, foi em 1975, que “The Rocky Horror Picture Show” fez história, trazendo uma trama feita exclusiva para essa plateia. Embora a crítica especializada torcesse o nariz, o filme foi um fenômeno entre as sessões da meia-noite.

Dirigido por Jim Sharman, o filme é uma adaptação do espetáculo musical, Off Broadway escrito por Richard O Bien, e levado aos palcos em 1973. No longa ele misturou astros em ascensão ao elenco da peça. O mote principal de “The Rocky Horror Picture Show” é ser uma sátira dos filmes de terror, por isso há muitas referências à mansões mal assombradas, cientistas loucos e Frankestein ,por exemplo.

Logo na abertura uma boca vermelha canta “Double Feature” apresentando a história que está por vir, divagando sobre vários personagens de filmes B,  enquanto passam os créditos iniciais. Em seguida, somos apresentados aos noivos interpretados por Susan Sarandon e Barry Bastwick, que em uma festa de casamento irão apresentar o primeiro número musical e dar o tom do filme.

Quando o casal fica preso numa tempestade, acaba encontrando a mansão dos horrores e personagens bizarros, como a criada Magenta. A narrativa é toda construída por diferentes musicais com muita dança, pinta e figurinos, que misturam erotismo e terror. A chegada do Dr. Furter, interpretado por Tim Curry, é triunfal. Ele entra cantando “Sweet Tranvestite” música que anos mais tarde se tornaria um hino.

O filme foi rodado no Reino Unido, no Bray Studios e utiliza parte do acervo da lendária produtora de filmes de terror, Hammer, em sua ambientação, que é realmente impecável aliada à uma iluminação teatral escandalosa e ousada direção de arte.

Com a chegada do cientista louco, que é na verdade uma travesti alienígena, os rumos do filme vão ficando cada vez mais absurdos. Ele cria um homem de sunga dourada a quem chama de Rocky, que acaba se tornando objeto de desejo. Essa criatura faz lembrar Pygar, personagem de “Barbarella”, filme de anos antes.

Com uma estética única, o longo vai crescendo pouco a pouco, a ponto de atingir uma catarse queer.  Clássico absoluto que homenageia ícones de terror, enquanto faz uma própria leitura ácida e irônica sobre homossexualidade. Os figurinos, com meias arrastão e espartilhos passaram a ser usados pela comunidade queer, que hoje tem “The Rocky Horror Picture Show" como referência de sua cultura. A obra musical é uma verdadeira celebração LGBTQIA+.

*Eduardo de Assumpção é jornalista e responsável pelo blog cinematografiaqueer.blogspot.com
Instagram: @cinematografiaqueer
Twitter: @eduardoirib

Por Ezatamentchy 

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