Não deu para o Brasil! ‘Ainda Estou Aqui’ perde prêmio BAFTA para ‘Emilia Pérez’

O filme “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, não conseguiu levar o prêmio de Melhor Filme de Língua Não Inglesa na cerimônia do BAFTA 2025, que ocorreu no último domingo, 16, em Londres. A honraria foi concedida a "Emilia Pérez," um longa-metragem que tem atraído tanto atenção quanto controvérsias.

Esta premiação, que precede o Oscar marcado para o dia 2 de março, destaca o Brasil como um forte concorrente em diversas categorias, incluindo Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz, para Fernanda Torres.

Tanto Torres quanto Salles marcaram presença no tapete vermelho do evento, que contou com a participação de várias celebridades, entre elas Zoe Saldana, indicada ao prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante por seu papel em "Emilia Pérez", e o renomado diretor francês Jacques Audiard.

O longa narra a história de Manitas, interpretado por Karla Sofía Gascón, um líder de cartel que decide passar por uma cirurgia de redesignação sexual para se tornar a mulher que sempre desejou ser. Para realizar essa transição, ele busca ajuda da advogada Rita (interpretada por Zoe Saldana) e termina seu relacionamento com Jessi, papel de Selena Gomez.

Cheio de polêmicas

O filme conquistou prêmios no Festival de Cannes 2024, mas também enfrentou críticas severas no México. Críticos apontaram que a obra abordava o narcotráfico de forma superficial e desrespeitosa, especialmente considerando a trágica realidade que resultou na morte de 500 mil pessoas no país. Audiard também gerou polêmica ao declarar que a língua espanhola era "de pobres e imigrantes", além de ter escalado apenas uma atriz mexicana para o elenco.

A controvérsia se intensificou quando Karla Sofía Gascón, nomeada ao Oscar como Melhor Atriz pelo mesmo filme, acusou a equipe de Fernanda Torres de promover uma campanha contra ela. A atriz trans, que fez história ao se tornar a primeira mulher dessa categoria indicada ao Oscar, enfrentou reações negativas após antigos tweets racistas e islamofóbicos serem resgatados. Gascón alegou que não havia escrito algumas das postagens atribuídas a ela e se defendeu afirmando que suas declarações haviam sido mal interpretadas.