No aniversário do cantor, te contamos as inspirações de grandes sucessos de Caetano
Ivana Guimarães Publicado em 07/08/2020, às 12h00
Nesta sexta, 7, Caetano Veloso completa 78 anos e vai celebrar ao lado dos filhos, Moreno, Zeca e Tom, em sua primeira live desde o início da quarentena.
O show vai acontecer na sala da casa do artista, às 21h30, no Globoplay, deixando os fãs do cantor ansiosos para ouvir as canções marcantes e únicas do intérprete.
E para comemorar essa data e relembrar algumas dessas músicas, nós, da Máxima Digital, separamos as histórias por trás de algumas das letras mais famosas de Caetano. Tem homenagem para atriz famosa e ex-namorada, lembranças emocionantes e situações super inusitadas!
Durante uma conversa informal com o poeta Eucanaã Ferraz em 2003, Caetano comentou a inspiração de 54 composições suas, dentre elas, as 5 primeiras desta lista:
Menino do Rio: “Eu fiz por encomenda na Baby Consuelo. Ela me pediu para fazer uma música para ela cantar para um cara que achava bonito. O cara era meu amigo, o Petit (José Artur Machado), um surfista aqui do Rio, garoto bacana e a Baby achava ele maravilhoso. A gente era amigo, andava junto, ia ao cinema. Fiz a música só de uma conversa que eu tive com ele na sala, na presença dele.”
Rapte-me Camaleoa: “Eu fiz pra Regina Casé. Ela fazia um negócio numa peça do Asdrubal (grupo teatral carioca) em que ela se chamava Camaleoa. Namorei ela nessa época rapidinho, um tempinho curto. Mas a adoro, sempre. É bem feitinha a letra. E tem de interessante o verso “rapte-me, adapte-me, capte-me, it’ s up to me”, que traz uma rima bilíngue.”
Você é Linda e O Quereres: “Você é Linda eu fiz para Cristina, uma menina de quem gostei muito intensamente na Bahia, nos anos 80 e que morava defronte à minha casa, em Ondina."
“Tem um pouco de Cordel e Bob Dylan em O Quereres. Fala de um desencontro e é pra mesma menina do Você é Linda."
Eclipse oculto: “É muito engraçada essa música. A história de uma brochada, uma transa que não deu certo. Foi totalmente documental isso. A outra pessoa se lembra direitinho e se surpreendeu por eu ter colocado todos os detalhes. Minhas músicas todas são autobiográficas.”
Queixa: Em 2018, Caetano participou do programa Lady Night e revelou para Tata Werneck que pediu para a TVGlobo retirar Queixa da abertura da novela O Homem Proibido, exibida em 1982. "Era uma coisa muito íntima, pessoal do fim do meu primeiro casamento. Eu pedi encarecidamente pra tirarem, ficava tocando todo dia, aquela música, dizendo aquilo..."
Cajuína: Durante uma participação no Altas Horas em 2014, Caetano explicou: “Torquato Neto, tinha morrido, ele se matou e era muito meu amigo, um importante letrista do Tropicalismo. Quando eu recebi a notícia, fiquei abalado, mas não chorei. Só que quando fui à Teresina, alguns anos depois, o pai de Torquato veio me procurar no hotel. Quando eu vi o pai dele, chorei muito. Eu fiquei chorando e ele ficou me consolando. Então ele me levou pra casa dele, onde estava sozinho porque sua mulher estava hospitalizada. Ficamos os dois naquela casa cheia de fotografias de Torquato em silêncio. Ele não dizia nada e só passava a mão na minha cabeça. Aí levantou e pegou uma cajuína, botou dois copos e serviu para nós. Continuamos bebendo em silêncio. Então ele foi até o jardim, colheu uma rosa menina e me trouxe. Cada coisa que ele fazia, eu chorava mais. Depois no hotel, eu compus a música.”
