Sentir ciúme da garota que se aproxima do seu filho é natural, mas se passar do ponto atrapalhará a sua ligação com ele. Que tal um outro final para essa história?
Numa cena da novela global
I Love Paraisópolis, Soraya
— personagem de Letícia
Spiller — confronta Margot
(Maria Casadevall), namorada do
seu filho Benjamin (Maurício Destri),
dizendo que ela não é importante,
apenas mais uma namoradinha do rapaz.
Acontece que esse fato que ocorreu
na ficção é bastante comum fora
da telinha. Muitas mães de meninos,
principalmente, têm medo de perdê-
los. “Os garotos costumam proteger
mais as mães do que as meninas.
Quanto mais carinhoso o filho é com
a mãe, mais ele será com a namorada,
e isso gera sofrimento e inconformidade
maternal”, explica Maura de
Albanesi, psicoterapeuta*, escritora e
mestre em psicologia e religião (SP).
Muita calma
Como mãe, você foi aquela que ensinou
a ele os primeiros passos, cuidou quando
estava doente, leu histórias na hora
de dormir, ficou ao lado nos momentos
de medo e insegurança... Criou um elo
de amor e convivência que jamais será
quebrado! Sim, passe o tempo que for,
venham quantas namoradas quiser,
você sempre será a mãe dele! “É muito
comum observarmos mães com ciúme doentio do filho, competindo com
a nora. A perda para outra mulher representa
algo inaceitável; afinal, para
a mãe, ninguém pode assumir a sua
função”, afirma Maura.
Em primeiro lugar, é preciso encarar
o fato de que o namoro não significa a
exclusão da mãe da vida do filho. Muitas
mulheres se sentem abandonadas
e têm receio de serem substituídas. Por vezes fi cam divididas entre
a alegria de saber que ele está sendo
amado e a raiva de outra pessoa receber
o carinho dele. “É difícil os pais
aceitarem a libertação dos filhos do
domínio e cuidado deles. Os bebês
crescem e precisam tomar as rédeas de suas próprias vidas. Enquanto
isso, as mães se sentem excluídas
e não conseguem pensar que nunca
deixaram de ser importantes e presentes”,
pondera a psicóloga Márcia
Fervienza (EUA). No fundo, os filhos
buscam a aprovação dos pais e, para
isso, geralmente ficam à espreita, observando
os olhares, as expressões e
os gestos deles — especialmente da
mãe. “Com esses sinais damos dicas
sobre o caminho que eles deveriam
percorrer”, ressalta Márcia.
Não sofra tanto
A mãe protetora, que tenta controlar
a vida do filho desde sempre, é a que
mais se martiriza com a situação. Para
ela, aceitar o namoro dele na adolescência
é mais fácil, já que a menina é
inexperiente. No entanto, quando o
filho se torna adulto e passa a se relacionar
com uma mulher, a ameaça fica
maior. “Normalmente, essa proteção
exagerada esconde uma insegurança
— a mãe não confia no amor do filho.
Ela coloca o afeto na condição de troca
de favores, ou seja, a mãe o enche de
mimos e o filho a ama”, alerta Maura.
Faça o seu
melhor papel
Para conviver em paz com a namorada
(ou esposa) do filho, é preciso entender
que a função da mãe é bem diferente da
companheira dele e que nenhuma mulher
a substituirá. É claro que toda mãe
quer poupar o filho de cometer erros e,
nessa empreitada, acaba interferindo
mais do que deveria. “Tenha em mente
que os erros também ensinam e o filho
vai cometê-los mesmo que você o proteja”,
lembra Márcia. Isso não significa
que ele não quer a aprovação dos pais,
ok? “Pelo contrário, eles se sentem
mais seguros e confiantes quando têm
o aval deles”, entrega a expert.
Faça o seu
melhor papel
Para conviver em paz com a namorada
(ou esposa) do filho, é preciso entender
que a função da mãe é bem diferente da
companheira dele e que nenhuma mulher
a substituirá. É claro que toda mãe
quer poupar o filho de cometer erros e,
nessa empreitada, acaba interferindo
mais do que deveria. “Tenha em mente
que os erros também ensinam e o filho
vai cometê-los mesmo que você o proteja”,
lembra Márcia. Isso não significa
que ele não quer a aprovação dos pais,
ok? “Pelo contrário, eles se sentem
mais seguros e confiantes quando têm
o aval deles”, entrega a expert.