A Síndrome de Ansiedade da Separação afeta muitos cães, entenda o que ela significa
A correria da nossa rotina faz com que tenhamos
pouco tempo livre e infelizmente o fiel companheiro é um dos primeiros a sentir
isso. É fundamental antes de escolher um pet levar em consideração o tempo que
gastará para garantir a felicidade dele.
Algumas raças são mais independentes do que
outras, elas tendem a se adaptar melhor a horas de solidão, o que pode ser uma
boa escolha para aqueles que não param em casa. Isso não significa que não
sintam a ausência do dono, nem mesmo elas estão imunes à Síndrome de Ansiedade da
Separação (SAS). “Essa Síndrome é caracterizada pelo conjunto de sinais
clínicos exibidos pelos cães quando deixados sozinhos ou afastados da pessoa
que eles têm como referência. Dentre esses sinais, podem ser citados: uivos,
choro ou latidos em excesso, comportamento destrutivo (como roer, rasgar
objetos e roupas, por vezes da pessoa de referência), micção e defecação em
locais inapropriados”, explica a Professora Angélica Silva, do Curso de
Medicina Veterinária da UNG Universidade.
Os motivos que despertam a SAS no animal são
diversos, pode ser por causa da morte de outro animal da casa, mudança de
residência, insegurança ao estar só ou até mesmo por apego excessivo ao dono.
Filhotes, em geral, costumam ser excessivamente dependentes e afetuosos por serem
gregários – animais que vivem em bandos -, a família torna-se seu grupo, desta
forma as alterações como a ausência do dono podem desencadear na SAS.
Cães que vivem exclusivamente dentro de casa, sem
passeios ao ar livre ou outras atividades lúdicas podem ser mais propensos ao
problema, segundo Silva. A professora explica que animais que têm
comportamentos disfuncionais, como seguir o dono pela casa o tempo todo ou
levar mais de dois minutos ao saudá-lo quando chega em casa, tem três a cinco
vezes mais chances de desenvolver a patologia. Por isso, preste atenção para
identificar os sinais que o seu animalzinho transmite.
O problema deve ser tratado de acordo com o
motivo. Em casos de medo deve-se focar na superação do trauma com o manejo
do ambiente, retire possíveis fatores que provoquem essa fobia e mostre que a
situação não é temerosa. Se for por perda de outro animal o recomendado é
que consiga outra companhia para o bichano.
Para aqueles que sofrem de hiperapego o tutor
deve reduzir a dependência afetiva, reforçando os comportamentos de calma e
obediência, mostrando os limites por meio de afagos. Angélica sugere
condicioná-lo a ficar em um local confortável com brinquedos ou uma peça de
roupa do dono em alguns períodos do dia, quando o tutor estiver presente. Após
algumas repetições desse processo, deve-se colocá-lo neste mesmo local um pouco
antes de sair. E quando voltar, se ele estiver tranquilo, soltá-lo e brincar
com o bichano. A conscientização do proprietário é fundamental de que atenção
em excesso pode ser prejudicial.
Apesar das dicas a professora reforça a
necessidade da visita ao médico veterinário, caso seu cão sofra alguma mudança
de comportamento, pois somente o profissional conseguirá diagnosticar com
propriedade o caso e instruí-lo conforme as necessidades específicas de seu
animalzinho.