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Comportamento / Racismo

Após mudanças em programa de Diversidade e Inclusão, Disney+ ameniza alertas de racismo

A empresa está reformulando um alerta de racismo em alguns clássicos da empresa após Trump ter modificado o programa de diversidade no país

Isabelly de Lima Publicado em 12/02/2025, às 16h53

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Cenas de 'Peter Pan' e 'A Dama e o Vagabundo' - Divulgação / Disney
Cenas de 'Peter Pan' e 'A Dama e o Vagabundo' - Divulgação / Disney

A Disney está implementando mudanças significativas nos avisos de conteúdo que acompanham alguns de seus filmes clássicos, como "Peter Pan" e "Dumbo". Essas alterações fazem parte de uma reavaliação mais ampla das estratégias da empresa relacionadas à Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI), conforme reportado pela revista Variety.

As modificações surgem em resposta a críticas intensificadas nas redes sociais desde 2020, que apontaram preconceitos raciais e representações problemáticas de culturas em animações da companhia. 

Para abordar essas preocupações, a Disney+ havia introduzido um alerta inicial que informava os espectadores sobre conteúdos considerados racistas antes do início dos filmes. Contudo, após a posse de Donald Trump como presidente dos EUA, esse alerta está sendo reformulado.

Clássicos revisados

De acordo com informações divulgadas pela Axios, clássicos como "Peter Pan" e "Dumbo", que apresentavam estereótipos negativos em relação a povos indígenas e outras culturas, exibiam um aviso que dizia:

"Este programa inclui representações negativas e/ou maus-tratos de pessoas ou culturas. Esses estereótipos já eram errados na época e continuam errados agora". Essa mensagem foi inicialmente introduzida em 2019, passando por uma revisão em 2020. Agora, a nova versão do aviso será: "Este programa é apresentado como originalmente criado e pode conter estereótipos ou representações negativas".

A diretora de recursos humanos da Disney, Sonia Coleman, abordou as alterações nos esforços de DEI da empresa em um memorando direcionado à liderança nesta terça-feira.

Filmes afetados

A Dama e o Vagabundo (1955)

No filme, dois gatos siameses são retratados com estereótipos antiasiáticos. Além disso, uma cena no canil apresenta cachorros com sotaques associados a suas raças — como Pedro, o chihuahua mexicano, e Boris, um Borzoi russo.

Aristogatas (1970)

Um gato siamês chamado Shun Gon é dublado por um ator branco e apresentado com características caricaturais de um asiático, tocando piano utilizando hashis.

Dumbo (1941)

O personagem corvo que auxilia Dumbo a voar é denominado Jim Crow, uma alusão às leis segregacionistas do sul dos Estados Unidos do início do século 20. Este personagem também é dublado por um ator branco.

Mogli: O Menino Lobo (1968)

King Louie, um macaco que apresenta habilidades linguísticas limitadas, canta em um estilo jazzístico de Nova Orleans e é caracterizado como preguiçoso. Este personagem recebeu críticas por ser uma representação racista dos afro-americanos.

Peter Pan (1953)

No filme, os nativos da Terra do Nunca são referidos como redskins ("peles vermelhas"), uma expressão considerada racista. Além disso, Peter Pan e os meninos perdidos dançam usando cocares, o que a Disney agora reconhece como uma forma de apropriação cultural.

Uma canção originalmente intitulada "O que torna o homem vermelho vermelho" também foi renomeada para "O que torna o homem corajoso corajoso" devido à sua conotação problemática.

A Canção do Sul (1946)

Este filme é amplamente considerado um dos mais controversos da Disney e nunca foi lançado em vídeo ou DVD nos Estados Unidos.

A representação do personagem tio Remus, um trabalhador de uma plantação de algodão, perpetua o mito racista de que os escravos eram felizes nas plantações.