A empresa está reformulando um alerta de racismo em alguns clássicos da empresa após Trump ter modificado o programa de diversidade no país
A Disney está implementando mudanças significativas nos avisos de conteúdo que acompanham alguns de seus filmes clássicos, como "Peter Pan" e "Dumbo". Essas alterações fazem parte de uma reavaliação mais ampla das estratégias da empresa relacionadas à Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI), conforme reportado pela revista Variety.
As modificações surgem em resposta a críticas intensificadas nas redes sociais desde 2020, que apontaram preconceitos raciais e representações problemáticas de culturas em animações da companhia.
Para abordar essas preocupações, a Disney+ havia introduzido um alerta inicial que informava os espectadores sobre conteúdos considerados racistas antes do início dos filmes. Contudo, após a posse de Donald Trump como presidente dos EUA, esse alerta está sendo reformulado.
De acordo com informações divulgadas pela Axios, clássicos como "Peter Pan" e "Dumbo", que apresentavam estereótipos negativos em relação a povos indígenas e outras culturas, exibiam um aviso que dizia:
"Este programa inclui representações negativas e/ou maus-tratos de pessoas ou culturas. Esses estereótipos já eram errados na época e continuam errados agora". Essa mensagem foi inicialmente introduzida em 2019, passando por uma revisão em 2020. Agora, a nova versão do aviso será: "Este programa é apresentado como originalmente criado e pode conter estereótipos ou representações negativas".
A diretora de recursos humanos da Disney, Sonia Coleman, abordou as alterações nos esforços de DEI da empresa em um memorando direcionado à liderança nesta terça-feira.
A Dama e o Vagabundo (1955)
No filme, dois gatos siameses são retratados com estereótipos antiasiáticos. Além disso, uma cena no canil apresenta cachorros com sotaques associados a suas raças — como Pedro, o chihuahua mexicano, e Boris, um Borzoi russo.
Aristogatas (1970)
Um gato siamês chamado Shun Gon é dublado por um ator branco e apresentado com características caricaturais de um asiático, tocando piano utilizando hashis.
Dumbo (1941)
O personagem corvo que auxilia Dumbo a voar é denominado Jim Crow, uma alusão às leis segregacionistas do sul dos Estados Unidos do início do século 20. Este personagem também é dublado por um ator branco.
Mogli: O Menino Lobo (1968)
King Louie, um macaco que apresenta habilidades linguísticas limitadas, canta em um estilo jazzístico de Nova Orleans e é caracterizado como preguiçoso. Este personagem recebeu críticas por ser uma representação racista dos afro-americanos.
Peter Pan (1953)
No filme, os nativos da Terra do Nunca são referidos como redskins ("peles vermelhas"), uma expressão considerada racista. Além disso, Peter Pan e os meninos perdidos dançam usando cocares, o que a Disney agora reconhece como uma forma de apropriação cultural.
Uma canção originalmente intitulada "O que torna o homem vermelho vermelho" também foi renomeada para "O que torna o homem corajoso corajoso" devido à sua conotação problemática.
A Canção do Sul (1946)
Este filme é amplamente considerado um dos mais controversos da Disney e nunca foi lançado em vídeo ou DVD nos Estados Unidos.
A representação do personagem tio Remus, um trabalhador de uma plantação de algodão, perpetua o mito racista de que os escravos eram felizes nas plantações.