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Comportamento / Comportamento

Psicanalista comenta sobre a pressão das redes sociais no final de ano: 'Conflito interno'

Psicanalista e especialista em comportamento, Fabiana Guntovitch comentou sobre a idealização de felicidade e das trends que viralizam nesta época

Manuela de Azevedo, sob supervisão de Isabelly de Lima Publicado em 16/12/2024, às 16h32

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Fabiana Guntovitch - Divulgação
Fabiana Guntovitch - Divulgação

Uma nova tendência no Instagram, intitulada “Como posso estar triste se em 2024 eu…”, tem chamado a atenção ao reunir momentos felizes e conquistas marcantes em carrosséis de fotos. Apesar da proposta positiva de celebrar as boas memórias do ano que passou, a psicanalista Fabiana Guntovitch, especialista em comportamento, alerta para os riscos dessa prática quando usada para invalidar emoções difíceis, como a tristeza.

Idealização ou pressão?

Segundo a psicanalista, existe uma pressão implícita nas redes sociais para idealizar a vida, o que pode levar muitas pessoas a acreditarem que emoções negativas não têm espaço em um cenário aparentemente perfeito. “Quando tentamos justificar nossa tristeza comparando-a com momentos felizes, criamos um conflito interno que pode gerar culpa e até nos afastar de uma vivência mais autêntica das nossas emoções”, explica.

A saúde emocional não consiste em suprimir ou evitar sentimentos difíceis, mas em acolhê-los como parte da experiência humana. Fabiana também destaca a importância de entender o feed do Instagram como apenas um recorte idealizado da realidade, e não um reflexo completo da realidade das pessoas. “É importante lembrar que momentos felizes e tristes coexistem, e ambos têm seu valor. Abraçar essa dualidade é essencial para a construção de uma narrativa mais autêntica e saudável, tanto nas redes quanto fora delas”, pontuou a especialista.

Por fim, ela reforça que celebrar as alegrias da vida é importante, mas não deve ser usado como forma de invalidar o que sentimos em momentos mais difíceis. “Aceitar nossas sombras e vulnerabilidades é um ato de coragem e, paradoxalmente, faz parte do processo de aprendizado e evolução, que inclui autoconhecimento, autoconfiança, autoestima e amor próprio, indispensáveis para uma vida mais plena e mais feliz. Encontrar uma felicidade mais genuína”, garante ela.