"Independentemente dos caminhos muitas vezes não se abrirem, a gente está chegando com o pé na porta”, garantiu a artista
Desde quando estreou nos palcos em 2015, a DJ e influenciadora Afrolai tem investido no crescimento da sua carreira. Nascida e criada no interior do Rio de Janeiro, foi para a capital fluminense em busca de maiores oportunidades sem ao menos ter dinheiro para bancar a mudança. Mas a decisão, apesar de arriscada, valeu a pena e trouxe diversos frutos que a artista colhe hoje.
A agenda da DJ está repleta de shows em casas importantes, como Circo Voador e Fundição Progresso, e apresentações em festivais de música, como o Rep Festival e Pirâmide Invertida, voltados para o rap. Afrolai também já participou de campanhas publicitárias de grandes marcas, como a Puma, pela visibilidade do seu trabalho.
"Para quem chegou ao Rio há tão pouco tempo, acredito que minha carreira esteja fluindo como foi planejado e estou bem feliz", avaliou.
Apesar dos vários “nãos” que recebeu ao longo de sua trajetória, ela revelou que desistir nunca foi uma opção.
"Nunca pensei em abandonar meus sonhos, mesmo com os ‘nãos’. Todos eles me impulsionaram a querer sempre mais, seguir minha caminhada e me superar. Sou mais forte por causa disso.", disse ela.
Amante da música, a jovem sempre viveu cercada pelo universo da black music, a partir de seus pais, e do mundo do samba, já que seu avô era compositor. Mais tarde, teve o primeiro contato com a discotecagem a convite de uma amiga e nunca mais largou os pickups.
Além do desafio de se jogar na cena carioca sem nenhum investimento financeiro, outra dificuldade que Afrolai vivenciou foi conquistar o seu lugar na discotecagem sendo mulher negra.
"Ainda é um ambiente ‘masculino’, que as mulheres não entram com tanta facilidade, infelizmente. Ainda mais se elas não forem brancas", revelou.
Ela disse acreditar que a diversidade no mundo da música é essencial, em especial se tratando de artistas negros.
"A representatividade está crescendo, estamos conseguindo ocupar muitos espaços, mas ainda não é o suficiente. Independentemente dos caminhos muitas vezes não se abrirem, a gente está chegando com o pé na porta", garantiu.
A artista completou: "A ideia é sempre transformar todo preconceito em impulso para chegar em lugares jamais imaginados por mim há alguns anos".