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LGBT / STREAMING

Eterna, inigualável e ícone queer, Elizabeth Taylor ganha novo doc

O documentário, de Nanette Burstein, conta a história da vida de Elizabeth Taylor por meio de entrevistas de arquivo com a própria atriz

Ezatamentchy Publicado em 09/08/2024, às 09h49

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O documentário se baseia em mais de 40 horas de entrevistas - Reprodução
O documentário se baseia em mais de 40 horas de entrevistas - Reprodução
"Elizabeth Taylor: As Fitas Perdidas" (Elizabeth Taylor: The Lost Tapes, EUA, 204) O documentário, de Nanette Burstein, conta a história da vida de Elizabeth Taylor por meio de entrevistas de arquivo com a própria atriz. Falando com o jornalista Richard Meryman no auge de sua fama, em 1964, ela reflete sobre seus muitos casamentos, seus divórcios altamente divulgados e sua carreira.

Ao divagar sobre seus relacionamentos, Taylor fala sobre o abuso físico e emocional que sofreu nas mãos de seu primeiro marido, Conrad Hilton Jr. Supostamente, ele a chutou na barriga enquanto ela estava grávida e fez com que ela perdesse o bebê. Depois que eles se separaram depois de apenas 8 meses, ela se casou novamente, desta vez com o ator Michael Wilding, que era 20 anos mais velho. O casamento deles terminou amigavelmente cinco anos depois, com Taylor se culpando pelo divórcio por causa de sua incompatibilidade.

Elizabeth Taylor também fala sobre sua atuação e como ela se sentiu incrivelmente insegura quando garantiu seu primeiro grande papel no cinema em 1951, “Um Lugar ao Sol.” 

O documentário se baseia em mais de 40 horas de entrevistas com Taylor, durante as quais descobrimos muitas informações interessantes, como como ela só se sentia segura na companhia de homens gays (Montgomery Clift, Rock Hudson, Roddy McDowall), e que sua dor pela morte de seu amigo James Dean a convenceu a se divorciar de Michael Wilding.

"Elizabeth Taylor: The Lost Tapes" vai especialmente até os anos 60, com o primeiro Oscar obtido por um filme que ela repete várias vezes para ser horrível (“Disque BUtterflied 8”). O segundo Oscar veio em 1966 com Quem Tem Medo de Virginia Woolf? de Mike Nichols.

Algumas das partes mais ricas do documentário mostram Taylor, ícone LGBT+ refletindo sobre dois períodos icônicos, mas tumultuados. Ela começa a filmar “Gata em Teto de Zinco Quente” logo após a morte de Mike Todd. Perder seu amado terceiro marido aos 30 anos foi extremamente difícil. Mas o papel provou ser ironicamente catártico, deixando-a canalizar a dor em raiva.

Em seguida, veio um dos grandes escândalos de Hollywood : “Cleópatra". Aqui, a atriz se abre mais do que o esperado. No set em Roma, as paixões explodiram com a co-estrela Richard Burton, apesar de ambos serem casados. O Vaticano denunciou o caso, mas Taylor nunca se desculpou.

Fora da tela, o impacto de Liz Taylor também cresceu. Quando o amigo íntimo Rock Hudson morreu de AIDS em 1985, ela fundou a AmfAR para apoiar a pesquisa sobre HIV/AIDS. Isso foi inovador - uma das primeiras grandes celebridades a lutar abertamente contra o estigma. Taylor se dedicou à arrecadação de fundos com seu entusiasmo habitual, arrecadando milhões.

O filme de Burstein é um deleite raro. Podemos ouvir as lembranças lúdicas e sinceras de uma lenda queer de Hollywood em sua própria voz melódica. Seja relembrando colegas lendários ou dissecando romances que atraíram as manchetes, ela o faz com calor e inteligência. Imagens de arquivo ilustram de forma pungente suas palavras, desde clipes de bastidores até vídeos caseiros íntimos. Desta forma, o documentário traz o espírito inimitável de Liz vividamente à vida até hoje.

*Eduardo de Assumpção é jornalista e responsável pelo blog cinematografiaqueer.blogspot.com
Instagram: @cinematografiaqueer
Twitter: @eduardoirib
Por Ezatamentchy