Especialista responde as principais questões sobre a doença que ainda assombra mulheres ao redor do mundo
O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres e hoje, com os avanços da medicina, tem grandes chances de cura (lembrando que quanto mais cedo o diagnóstico for feito, maior a chance de dizer adeus a este problema).
Mesmo sendo um assunto frequente, ainda existem muitas dúvidas! MÁXIMA conversou com a Dra. Maíra Caleffi, presidente voluntária da FEMAMA (Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de apoio à Saúde da Mama) para esclarecer as principais questões sobre a doença.
Caroços na mama significam que tenho câncer?
"Um caroço na mama não necessariamente significa câncer. Grande parte dos nódulos mamários encontrados são cistos e adenomas benignos e não estão relacionados com a doença. De qualquer forma, uma alteração no seio é motivo suficiente para que a mulher procure um médico rapidamente, pois, se o diagnóstico mostrar que existe um tumor maligno, quanto mais cedo ele for descoberto, menos agressivo e dispendioso será o tratamento e maiores serão as chances de cura."
Existem sintomas que indiquem que estou com câncer de mama?
"Inicialmente, a mulher não percebe nenhum sintoma ou sinal porque este tipo de câncer é normalmente descoberto em exames (mamografia, ultrassom ou ressonância magnética). Mas algumas alterações físicas nas mamas podem ser indícios - presença de nódulos, retração de pele, mudança no formato, na textura ou no tamanho do seio, vermelhidão e calor na região, inversão do mamilo ou secreção."
Silicone pode causar câncer de mama?
"Não. A prótese de silicone não provoca câncer de mama. Mas a recomendação é que a mulher que têm implantes faça acompanhamento com um mastologista (médico especialista em mama), já que a prótese pode dificultar o diagnóstico da doença por meio da mamografia (porque o silicone pode esconder a visualização de tumores."
Retirar as mamas, como AngelinaJolie, é o método mais eficaz para quem tem predisposição genética ao desenvolvimento do câncer de mama?
"A retirada das duas mamas de forma preventiva é indicada apenas para
mulheres que tenham comprovada a mutação nos
genes BRCA1 e BRCA2 - como foi o caso da
atriz - e submetidas a aconselhamento genético. Essas
mutações são responsáveis por apenas 5% a 10% dos casos de câncer de mama na
população em geral. O número de pacientes do país que têm
retirado as duas mamas no tratamento da doença ao invés de apenas aquela
afetada pelo câncer vem crescendo e não há comprovação científica de que a
retirada da mama não afetada tenha impacto na sobrevida total."
O que eu faço para me prevenir do câncer de mama?
"O mais importante é manter hábitos saudáveis para eliminar os fatores que aumentam o risco de desenvolver o câncer de mama e realizar o diagnóstico precoce. Esta é uma forma válida de praticar o autocuidado. Quanto mais peso e idade, mais chances a paciente tem de desenvolver câncer nas mamas. A cada aumento de cinco pontos no IMC, por exemplo, cresce em 33% o risco da doença. Outro aspecto muito importante é que o consumo exagerado de bebidas alcoólicas, tabagismo, sedentarismo, são fatores que podem aumentar a possibilidade da ocorrência da doença."