Apesar de ser uma data muito especial para as famílias, aqueles que são neurodivergentes podem sofrer alguns incômodos; saiba como facilitar a data
As festas de fim de ano são momentos de celebração, mas também podem trazer desafios para famílias de crianças neurodivergentes. Essas ocasiões festivas, repletas de estímulos e interações sociais, exigem adaptações para que todas as crianças possam se sentir confortáveis e incluídas.
Andreia Rossi, psicopedagoga, orientadora parental e mãe de uma adolescente diagnosticada com Transtorno Opositivo Desafiador (TOD), destaca a importância de respeitar as particularidades de cada criança.
Planejar antecipadamente e criar um ambiente seguro e previsível são passos fundamentais para evitar desregulações emocionais durante as festas. Crianças neurodivergentes, muitas vezes, enfrentam dificuldades sensoriais que podem ser mitigadas com estratégias simples, como oferecer refeições familiares, respeitando seu tempo de adaptação a novos sabores ou texturas”, explica Andreia.
Para tornar as celebrações de fim de ano mais acolhedoras para crianças neurodivergentes, Andreia compartilha cinco dicas práticas:
Explique à criança o que vai acontecer durante as festas. Descreva o local, as pessoas presentes e as atividades planejadas. Essa previsibilidade ajuda a reduzir a ansiedade e prepara a criança para o que esperar.
Se a criança tiver restrições ou dificuldades sensoriais com alimentos, leve opções familiares (como uma marmitinha). Ofereça pequenas oportunidades para ela experimentar novos sabores, mas respeite o que ela se sente confortável em provar.
Ambientes festivos podem ser muito estimulantes. Identifique e organize um espaço mais calmo onde a criança possa descansar e se reequilibrar caso se sinta sobrecarregada.
Pergunte à criança se ela quer participar das atividades ou apenas observar. Respeitar seu ritmo e sua prontidão para interagir ajuda a evitar desregulações emocionais e garante que ela participe de maneira confortável.
Entenda que mudanças nos planos podem ser desafiadoras. Caso algo não saia como previsto, converse com a criança de forma clara e acolhedora, validando seus sentimentos e ajustando o que for possível para manter um ambiente caloroso e respeitoso.
Com planejamento e pequenas adaptações, as festas de fim de ano podem se tornar momentos verdadeiramente inclusivos para toda a família. “O mais importante é sempre respeitar as necessidades e limites da criança e do adolescente, promovendo conforto e inclusão durante as celebrações. Além disso, como em todas as celebrações, ainda mais nas de fim ano, promover o amor e no acolhimento”, destaca a especialista.
Andreia Rossi é psicopedagoga e orientadora parental, especializada em Transtorno Opositivo Desafiador e em relações entre pais e filhos. Sua especialização se deu pelo fato de sua filha adolescente, receber o laudo de TOD aos 8 anos. Hoje, ela é fonte de informação nas redes sociais, além de ministrar cursos e palestras.