A nutricionista Angela Federau ressaltou que uma alimentação saudável e equilibrada faz bem para corpo e para mente
No mês dedicado para a prevenção ao suicídio, Setembro Amarelo, é importante falar sobre algumas doenças que podem levar ao ato.
De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), transtornos mentais como a depressão e ansiedade atingem, respectivamente, 5,8% e 9,3% da população. Estima-se que, no mundo, mais de 300 milhões de pessoas de todos os gêneros e idades sofrem com a doença. Atualmente, a depressão é a principal causa de incapacitação em todo o mundo e, no pior dos casos, pode levar ao suicídio.
A depressão é resultado de uma complexa interação entre fatores sociais, psicológicos e biológicos. Por exemplo, pessoas que passaram por adversidades como luto, desemprego, trauma psicológico, durante a vida podem ser mais propensas a desenvolver um quadro depressivo. Além disso, especialistas alertam que há relação entre a depressão e a saúde física.
A nutricionista Angela Federau explicou a importância de uma alimentação saudável e balanceada na luta contra essas doenças.
Por isso, cuidar da alimentação, fazer exercícios físicos regularmente, desenvolver a espiritualidade e relaxar são práticas fundamentais para manter a saúde física e mental em dia.
Mente sã, corpo são e vice-versa
Segundo a nutricionista, a dieta ocidental caracterizada por elevado consumo de alimentos industrializados, doces e refrigerantes está relacionada com o desenvolvimento de depressão e ansiedade. “A alimentação é o combustível da vida. Se você abastece seu corpo com um bom combustível, a chance de você ter um bom resultado de performance é maior e o contrário também é verdadeiro”, afirmou a nutricionista Angela Federau.
Diversos nutrientes estão diretamente envolvidos na forma como esses transtornos se comportam no organismo. Por exemplo, a carência de vitamina D, zinco, triptofano, magnésio, ácidos graxos ômega-3 e as vitaminas do complexo B, estão intimamente ligados à prevalência da depressão e da ansiedade. Dessa forma, estar atento à qualidade nutricional dos alimentos é muito importante na prevenção e controle da depressão e ansiedade.
Confira alguns alimentos que melhoram o quadro de depressão e ansiedade
Alimentos ricos em Vitamina D
Peixes de águas frias (como salmão, atum, sardinha e cavala), gema de ovo, óleo de fígado de peixes são alguns alimentos que melhoram a sínteses da vitamina, portanto, é importante que a vitamina D seja ativada, para isto, fique ao sol 15 minutos por dia, expondo pelo menos 25% do corpo aos raios solares (pele), sem protetor solar, em horários do sol seguro (evitando a exposição das 10h às 15h).
Alimentos ricos em Zinco
Carne vermelha, frutos-do-mar, leite e derivados, amendoim, amêndoas, etc.
Alimentos ricos em Tripofano
Queijos, ovos, arroz integral, feijão, carne vermelha (carne de panela), peixe, aves, cacau e banana.
Alimentos ricos em Magnésio
Castanhas, nozes, amendoim, aveia, cacau, vegetais de folhas escuras e abacate.
Alimentos ricos em ácidos graxos
Ômega-3: peixes de água fria (como salmão, arenque, cavala, sardinha e atum), além de grãos como chia e linhaça.
Alimentos ricos em vitaminas do complexo B
Vitamina B6: carne vermelha, fígado, leite e iogurte, ovo e germe de trigo.
Vitamina B9: vegetais verdes escuros, leguminosas (como feijões, lentilhas e ervilhas), frutas, nozes.
Vitamina B12: peixes, carnes, vísceras, ovo, leite e derivados.
Alimentos que devem ser evitados
Alimentos industrializados;
Carboidratos refinados (como farinha de trigo, açúcar branco e arroz branco);
Café e alimentos que contêm cafeína (como chás verde, mate e preto, energéticos, refrigerantes à base de cola, etc.);
Gorduras saturadas (alimentos de origem animal como bacon, banha de porco, alimentos industrializados como salgadinhos de pacote e bolacha recheada);
Embutidos (como salsicha, salames, linguiça, presunto, entre outros).
O principal malefício da dieta ocidental, segundo Angela Federau é que ela intensifica o estado inflamatório do organismo. “O processo de selecionar ingredientes saudáveis, buscar receitas e preparar os próprios alimentos é um ato de autocuidado muito importante e que deve ser estimulado em pacientes que apresentam quadros de depressão e ansiedade. Assim, buscar uma alimentação mais natural possível, com comida de verdade e na quantidade certa pode ajudar na construção de hábitos que levam a uma vida plena e feliz”, finalizou a nutricionista.