Saiba como diagnosticar disfunção e como tratá-la
Distúrbio que
atinge 2% da população mundial, a hiperidrose primária –também conhecida como
doença do suor excessivo – desencadeia problemas relacionados à autoestima,
prejudica a qualidade de vida do paciente e, em casos mais graves, compromete o
convívio social, levando ao isolamento. A afirmação é do cirurgião torácico do
Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, Mario Ghefter. “A hiperidrose pode
afetar todos os aspectos da vida de uma pessoa”.
De acordo com o
especialista, a produção demasiada de suor ocorre devido a uma disfunção ainda
sem causa conhecida, mas que envolve o sistema nervoso simpático, emitindo
mensagens erradas ou exageradas para as glândulas sudoríparas.
Apesar de ainda
não haver um exame específico para identificação da doença, o cirurgião
ressalta que o diagnóstico é feito através da observação do paciente. “Quando
chegam ao consultório, as pessoas já reclamam da quantidade elevada de suor
produzido e, principalmente, em momentos que não deveriam suar como nos dias de
frio”, complementa Ghefter.
Sem ligação
genética evidente e sem causa conhecida, a hiperidrose primária pode se
desenvolver em qualquer momento da vida, sendo mais comum ter início na
infância e adolescência. Atinge principalmente a região das mãos, axilas, pés,
cabeça e rosto.
Segundo o
cirurgião, é importante não confundir a hiperidrose primária com outras formas
de hiperidrose, ditas secundárias, onde uma doença de base tem como um de seus
componentes a sudorese excessiva e em geral é difusa. “Por exemplo, nota-se em
algumas doenças, como tireoide e obesidade mórbida. Por essa razão, deve ser
feito sempre uma investigação minuciosa das causas”.
Como tratamento
paliativo, o especialista recomenda o uso de antitranspirantes especiais,
medicamentos para ansiedade, injeção de toxina botulínica (Botox), cremes
manipulados, iontoforese (pequenos choques aplicados na região) e remédios à
base de oxibutinina, entre outros.
Para um resultado
mais eficaz e potencialmente definitivo, o indicado é o procedimento cirúrgico
para retirada ou secção do nervo simpático. “Os resultados são imediatos e com
satisfação de mais de 99%”, finaliza.