Veja como organizar as contas para poder a voltar a sonhar de novo
O Brasil tem hoje cerca de 61 milhões de pessoas com dívidas em atraso. E segundo pesquisa da empresa de recuperação de crédito Recovery, feita pelo Data Popular, os brasileiros inadimplentes devem, em média, três vezes o que ganham e, em alguns casos, acumulam até 20 dívidas diferentes. Já pensou? Segundo os especialistas, não existe milagre ou mágica para sair dessa encrenca. É preciso muito planejamento, desapego e coragem para encarar de frente a situação. “Boa parte dos endividados tem medo de saber qual é o real tamanho de sua dívida. Isso tende a agravar o problema, levando a um círculo vicioso”, diz Reinaldo Domingos, consultor financeiro do canal Dinheiro à Vista.
O especialista afirma ainda que muita gente acaba contraindo outras dívidas sem tem noção disso. “As pessoas não compreendem que pagar no crédito, parcelar ou fazer uma caderneta em açougue ou mercado para pagar no final do mês, por exemplo, também são formas de endividamento”, afirma Domingos.
Confira a seguir seis passos para sair das dívidas:
1- Coloque os atrasos no papel
Escreva todas as dívidas que tiver, separando as que correspondem a serviços e produtos de necessidade básica - que não podem ser cortados (como água, luz, gás e aluguel) - e as que sofrem juros mais altos (como cartão de crédito e cheque especial), considerando essas como prioridade para pagamento. Assim você poderá decidir como diminuir as despesas mensais para sobrar dinheiro e conseguir pagar as dívidas em atraso.
2- Anote todo e qualquer gasto
Durante um mês inteiro anote todos (todos mesmo!) os gastos que tiver, separando por tipo de despesa. O hábito lhe ajudará a entender melhor onde seu dinheiro está sendo gasto e a refletir sobre os comportamentos que a levaram a essa situação.
3- Reflita se é hora de negociar
Negociar a dívida é uma opção, mas faça isso apenas se tiver condições. Para tanto, planeje-se e procure seu credor só quando já souber quanto terá disponível mensalmente para pagar as contas. Lembre-se que um passo precipitado pode até piorar a situação.
4- Não troque a sua dívida por outra pior
Trocar uma dívida pela outra nem sempre é a melhor alternativa. É claro que o crédito consignado, por exemplo, oferece juros baixos em comparação ao cartão de crédito, cheque especial e financiamentos, já que o pagamento é retido diretamente do salário. Justamente por isso é preciso cautela, já que ter sua renda habitual reduzida pode desencadear novos endividamentos e problemas ainda maiores.
5- Pare de comprar por comprar
Antes de fazer qualquer compra, questione-se. “Eu realmente preciso disso?”, “O que isso vai trazer de benefício para a minha vida?”, “Estou comprando porque preciso ou porque quero?”. Ao fazer isso, você terá uma grande surpresa sobre a quantidade de coisas adquiridas apenas por impulsividade.
6- Volte a sonhar
Pode parecer contraditório, mas em momentos de crise financeira é importante resgatar sonhos, objetivos que realmente importam e que farão a pessoa ter ainda mais motivos para dar a volta por cima. Relacione no mínimo três sonhos: um de curto prazo (a ser realizado em até um ano), um de médio prazo (entre um a dez anos) e outro de longo prazo (acima de dez anos). Lembrando que seria muito bom que um desses desejos fosse se livrar das dívidas.