Educador financeiro sugere ações para manter a relação longe de conflitos financeiros
Quando
falamos de finanças para casais, é importante cuidado para evitar brigas,
o que é muito comum. Mas, esse tema é fundamental, pois, sem debatem muitos
relacionamentos terminam por causa do dinheiro.
Hoje
sabemos que grande parte dos brasileiros desconhecem o valor do salário do
companheiro. Essa informação é bastante preocupante, já que demonstra uma
grande possibilidade de problemas relacionados ao dinheiro no futuro. Isso
porque, a primeira dica em relação ao tratamento do dinheiro
do casal é sempre muito diálogo.
Mas,
como começar esse debate? O educador financeiro, Reinaldo
Domingos, dá as dica. Para ele, o mais adequado é construir um
orçamento familiar baseados nos sonhos e objetivos da família. “Também é muito
importante que ocorra o quanto antes a definição de regras financeiras a serem
seguidas, como quem paga o quê. Contudo, essas regras devem ser alvos de
constantes reavaliações”, explica.
Para
o casal, algumas questões se mostram fundamentais, como a questão de como dará
a divisão das contas. É possível ter uma conta conjunta para que esses
compromissos sejam pagos. Porém, acredito que seja interessante avaliar a
possibilidade de cada um ter sua conta corrente, definindo os limites, pois
cada um pode ter seus próprios gastos.
Já,
quando o assunto é investimento, esse deve ser feito em conjunto, pois, assim,
se poupa mais dinheiro e obtém melhores resultados. Só tratando de forma
diferenciada a questão da aposentadoria, já que esse investimento deve ser
separado para cada um, lembrando que, quem não construir sua aposentadoria, um
dia, terá que pedir dinheiro para alguém, certo?
O segredo, então, é colocar tudo na mesa, nunca esquecendo que o
assunto mais importante a ser conversado não são as despesas, e sim os sonhos e
desejos individuais e coletivos. É muito comum os sonhos serem deixados de
lado, mas, acredite, esse é um erro capital de milhões de casais.
Domingos conta que é importante estar atento, colocando sempre, no mínimo, três
sonhos – curto (até um ano), médio (de um a dez) e longo prazo (acima de dez
anos) –, todos acompanhados de informações básicas, como quanto custa e quanto
será guardado mensalmente. Caso contrário, não serão sonhos, e sim verdadeiros
pesadelos para os casais, podendo “esfriar o relacionamento”.
É preciso reforçar que, mesmo tendo contas separadas, quando se opta pelo
casamento, é preciso não discriminar quem ganha mais ou menos. Trata-se de uma
família e, neste caso, a receita deve ser pensada e somada para todos que dela
participam. Assim, se deve definir um limite de gasto para cada um e fazer com que
ele seja respeitado. Caso isso não ocorra, deverá ser motivo de diálogo.
Veja algumas orientações:
1. Recomendo reuniões frequentes entre
o casal para debater as finanças, porém, diferente do que ocorre
frequentemente, esse não deve ser um momento apenas de tensão, mas sim de
projeção;
2. Estabeleçam sempre sonhos de curto, médio e longo
prazos, lembrando que se deve ter objetivos coletivos e individuais;
3. Um ponto que geralmente é foco de divergências é o
padrão de vida que o casal leva, assim, faça um diagnóstico financeiro e,
com os números reais da vida financeira, ajuste o padrão dentro dessa lógica;
4. Outro motivo de briga é o fato de um dos parceiros
ser mais acomodado. É importante entender que cada um possui um estilo, assim,
recomendo a busca de um meio termo, com regras bem estabelecidas e não ficar
batendo sempre na mesma tecla;
5. O ponto fundamental é que, quando só um dos parceiros
trabalha externo, também deve se ter a preocupação com a vida financeira em
longo prazo, no caso aposentadoria;
6. Caso tenham filhos, é preciso inclui-los na conversa
sobre dinheiro e, mais do que isso, também devem chegar a um acordo sobre como
será a educação deles em relação às finanças;
7. Se um dos parceiros fez alguma ação errada em relação
ao dinheiro, lógico que haverá um nervosismo inicial, por isso, tente deixar o
debate para um momento no qual já conseguiu se acalmar um pouco e refletir
sobre o ocorrido. Contudo, não finja que nada ocorreu, guardar pode causar
“estouros” futuros;
8. Lembrem-se, é nas dificuldades que vemos com quem
realmente podemos contar. Assim, em caso de crise financeira, em vez do
distanciamento, o ideal é buscar estar mais perto de quem gostamos.