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Comportamento / é preciso acreditar

Câncer e positividade! Psicóloga fala sobre a importância de se manter otimista no tratamento contra a doença

Ana Maria Braga revelou em janeiro que estava com um novo câncer e a psicóloga Ellen Moraes Senra explicou o quanto a positividade pode ajudar na luta contra a doença

Marina Pastorelli Publicado em 27/01/2020, às 14h52 - Atualizado em 01/05/2020, às 14h52

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Psicóloga fala sobre importância da positividade no tratamento contra o câncer - Instagram
Psicóloga fala sobre importância da positividade no tratamento contra o câncer - Instagram

Ana Maria Bragadeu uma notícia triste aos fãs durante o Mais Você neste início de 2020.

Depois de enfrentar duas vezes a luta contra o câncer, a apresentadora contou que, novamente, se dedicaria ao tratamento contra a doença. Desta vez, a incidência foi no pulmão e de uma forma bem mais agressiva do que nas outras ocasiões.

Apesar de ser algo muito ruim de contar a alguém, a comandante do programa matutino mostrou bastante positividade na hora de dizer tudo aos telespectadores e essa atitude foi avaliada como muito boa pela psicóloga Ellen Moraes Senra. Entre outros pontos, a especialista deixou claro que estar otimista com o tratamento pode ser um grande diferencial para o paciente.

E parece que realmente foi! No final de abril, a apresentadora, sempre com sorriso no rosto, voltou às telinhas para avisar que estava completamente curada -- após o tratamento da quimioterapia com a imunoterapia.

VEJA TAMBÉM: Ana Maria Braga anuncia que está curada do câncer: "Sumiu tudo"

Conversamos sobre esse assunto a profissional, especialista em Terapia Cognitivo Comportamental, e veja o que ela pontuou:

Receber novamente o diagnóstico de câncer pode acarretar doenças como pânico e depressão?

"Sim, sem dúvidas. O câncer, por si só, a partir do momento do diagnóstico traz uma pressão muito grande, tanto para o paciente, quanto para a família, pois se sabe que o tratamento geralmente é muito agressivo e ataca o sistema imunológico do acidente. Além de muita gente já associar diretamente com a possibilidade de morte. Então, é muito comum que o paciente desenvolva quadros depressivos e até mesmo crises de ansiedade".

A qualidade de vida da pessoa e da família muda após esse diagnóstico?

"Sem sombra de dúvidas. A partir do momento do diagnóstico a família precisa se unir, precisa prestar o suporte emocional e também, muitas vezes, prestar um suporte presencial para levar o paciente aos tratamentos e acompanhar nas consultas médicas. Isso, então, acaba mudando a qualidade de vida da pessoa e da família, que precisa se organizar para estar ali apoiando e prestando qualquer suporte que o paciente necessite".

Figuras públicas como a Ana Maria Braga relatarem que a doença voltou é importante?

"É importante que ela fale sobre a reincidência da doença, mas no caso da declaração dela, em específico, o mais importante foi a positividade com a qual ela colocou a situação. Ela está passando novamente, é o terceiro câncer dela, mas ainda assim ela se mantém otimista de que vai vencer esse também".

Como é o tratamento em casos de câncer falando em relação à parte psicológica? A família toda precisa ter acompanhamento?

"Sim, no caso de pacientes com câncer, tanto ele quanto a família precisam de acompanhamento psicológico, especialmente de acordo com a gravidade. Então, quanto mais grave for, mais agressivo, provavelmente mais agressivo será o tratamento, as reações que o paciente pode ter, e isso reflete na família. O tratamento mexe com o humor, com toda a dinâmica familiar e com o emocional de todos. Geralmente, os grandes centros que tratam câncer, têm psicólogos de plantão que prestam suporte tanto para o paciente, quanto para o familiar".

Qual a importância de tentar se manter positivo nesse momento?

"Existem alguns estudos que afirmam que muitos pacientes começam a definhar ao receber o diagnóstico do câncer e, nesse caso, não é pelo câncer em si, e sim pelo diagnóstico e pessimismo. As pessoas o associam à morte, então o diagnóstico às vezes soa como uma sentença, mesmo quando sabemos que muitos têm tratamentos, podem ser curados -- alguns não, mas outros, sim -- e é extremamente importante que se mantenham positivos para que fique tudo bem e o tratamento funcione da melhor maneira possível".

As pessoas devem acreditar que podem se recuperar mais de uma vez de um câncer?

"Sim, elas devem, salvo quando é um tipo de câncer incurável, mas nesse caso, os médicos deixam tudo bem claro aos pacientes. Mas elas devem, sim, acreditar na cura, como acontece no próprio caso da Ana Maria. Ela já se curou de dois, é o terceiro que ela vai enfrentar, mas ela se mantém otimista. Então, se é um câncer tratável, ela deve acreditar na cura, não importa quantas vezes haja reincidência da doença".


Ellen Moraes Senra
Psicóloga e Especialista em Terapia Cognitivo Comportamental
CRP 05/42764
Psicóloga atuando na área clínica através da abordagem cognitivo comportamental. Formada pelo Centro Universitário Celso Lisboa. Com curso de formação em Terapia Cognitiva Comportamental (TCC ) no Instituto Brasileiro De Hipnose, Educação e Psicologia (IBH). Atendimento individual à crianças, adolescentes e adultos