Com a pandemia, o aplicativo de transporte LadyDriver decidiu abrir um financiamento coletivo e diversificar o negócio
Corridas comandadas por um motorista homem de aplicativos são rotineiras. Infelizmente, algumas mulheres já foram vítimas de assédio enquanto faziam o seu trajeto. Ou ainda, muitas se sentem amedrontadas e inseguras pela presença masculina durante o percurso até o seu destino.
A história se repetiu com Gabryella Côrrea. A empresária sofreu um assédio durante uma corrida por um motorista de aplicativo e decidiu que outras mulheres não deveriam passar pela mesma situação.
Foi neste momento que ela decidiu fundar a LadyDriver em 2016. O marco por ser o primeiro aplicativo de mobilidade para mulheres no Brasil teve um lançamento em uma data importante para o movimento das mulheres, 8 de março, o Dia da Mulher.
PENSADO PARA A MULHER
Em 2017, tudo começou com 1800 motoristas cadastradas na empresa.
A lógica do aplicativo é simples: emancipação e segurança das mulheres. Como? A empresa busca acolher a mulher de diversas formas, seja empregá-las como motoristas, capacitá-las e torná-las provedoras de renda para suas famílias e até mesmo livrá-las de situações e casos de abusos domésticos, dando a possibilidade de se sustentarem.
As usuárias também são favorecidas com mais segurança para aquelas que utilizam aplicativos de mobilidade. Afinal, o aplicativo é exclusivo para mulheres. Tanto motoristas, quanto passageiras.
ALTA TAXA DE DESEMPREGO
Assim como o mundo, o Brasil foi atingido pelo desemprego crescendo, desencadeado pela pandemia do coronavírus, principalmente entre as mulheres. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnadc), a crise causou 7 milhões de mulheres fora do mercado de trabalho na última quinzena de março, quando começou a quarentena.
São dois milhões a mais que o número de homens. Outro ponto é que além da demissão, elas têm mais dificuldades para procurar uma vaga e se manter no mercado.
O impacto de mulheres fora do mercado se refletiu na empresa. Desde março a base de motoristas cadastradas cresceu 20%. Atualmente são quase 60 mil motoristas só na cidade de São Paulo.
Pensando nisso, a executiva deseja criar de mais de 10 mil empregos para mulheres nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais através de um financiamento coletivo.
Um outro projeto também consiste em lançar um novo aplicativo voltado apenas para o transporte de crianças e adolescentes.
“Queremos combater o impacto da pandemia e enfrentar esse grave aumento de desempregos sem precedentes na história do Brasil. Vamos iniciar nossa expansão nacional em 2021 e gerar mais de 10 mil empregos para as mulheres em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte”, disse a CEO Gabryella.
“Somos muito mais do que um App, ele é um importante instrumento de renda para 58 mil mulheres em São Paulo e esse número cresce rapidamente a cada dia. Estamos construindo um papel fundamental na sociedade em ajudar as mulheres com renda principal ou complemento”, afirmou.
O diferencial do aplicativo, trasporte de mulheres para mulheres, fez com que a Lady Driver registrasse mais de 5 milhões de chamados de passageiras desde 2018.
“A Lady não é só uma marca. Ela é um propósito. Queremos ser uma força no desenvolvimento da igualdade de gênero no transporte para criar um ambiente de respeito, de carinho e de amor para cada mulher que viaje ou trabalhe com a Lady Driver”, ressaltou a empresária Gabryella Côrrea.