Antes de cair na folia, conheça os perigos silenciosos por trás de um beijo e como cuidar da saúde bucal
Um beijo trocado durante a folia pode deixar de
lembrança doenças como a mononucleose, periodontite, cárie e outras doenças
transmissíveis pela saliva.
A mononucleose que se multiplica nesta época do ano, ganhou o apelido de
“doença do beijo” porque é causada pelo vírus Epstein-Barr que é
transmitido de humano para humano através da saliva. Além do beijo, a
mononucleose pode ser transmitida através da tosse, espirro, objetos como copos
e talheres ou qualquer outro modo onde haja contato com a saliva de uma pessoa
contaminada.
A mononucleose é mais comum em adolescentes e adultos. Um indivíduo infectado
pelo Epstein-Barr pode manter-se com o vírus na sua orofaringe por
até 18 meses após a resolução dos sintomas, podendo contaminar pessoas com quem
mantenha algum contato íntimo, principalmente, se prolongado.
“É por isso que a maioria das pessoas que desenvolve mononucleose não se
recorda de ter tido contato com alguém doente. A própria pessoa que transmite o
vírus nem sequer imagina que ainda poderia transmiti-lo, esclarece o dentista,
Oscar Razuk, que possui cursos de especialização no exterior (American Dental
Association, FDI, NewYork University). Não é de se estranhar, portanto, que
apesar da baixa infectividade, em alguns países mais de 90% da população adulta
já tenha tido contato com o vírus da mononucleose.
Nas pessoas que desenvolvem os sintomas, o período de incubação (intervalo
de tempo desde o contato até o aparecimento dos primeiros sintomas da doença)
é, em média, de quatro a oito semanas. Os sintomas típicos da mononucleose
incluem febre, cansaço, dor de garganta e aumento dos linfonodos do pescoço
(ínguas). O quadro pode ser muito semelhante às faringites comuns causadas
por outros vírus e bactérias.
O tratamento baseia-se em cuidar dos sintomas e repouso. Não há droga
específica para o vírus e o quadro costuma se resolver espontaneamente em duas
semanas. Devido ao risco de ruptura do baço, recomenda-se evitar exercícios por
pelo menos quatro semanas.
Ao contrário da mononucleose, que mesmo com o uso de enxaguantes bucais e da
escovação adequada, não é possível impedir a contaminação pelo vírus através da
saliva, no caso da cárie e das doenças periodontais, a higiene bucal é
fundamental para prevenir a contaminação por bactérias através do beijo.
“Os cuidados diários com a saúde bucal, além de deixar o sorriso bonito,
impedem a proliferação de bactérias e a entrada de infecções. Por isso, é
indispensável escovar os dentes, usar o fio dental e fazer a escovação da
língua, seis vezes ao dia. Adotar práticas saudáveis para manter uma boa
imunidade também é uma excelente barreira de proteção para o organismo”,
ressalta Dr. Razuk.