A ginasta Natália Gaudio será a representante do Brasil na competição individual de ginástica rítmica. Ela é tetracampeã, mas quase desistiu da carreira depois de um acidente fatal. Conheça a história por trás do sucesso
"Aos 6 anos, fui assistir ao treino de algumas amigas que praticavam ginástica rítmica e achei o máximo. Pedi para a minha mãe me levar numa aula experimental e a paixão foi imediata. Nunca mais larguei o esporte. Aos 8, pela primeira vez, participei de uma competição e fui vice-campeã do estado do Espírito Santo. No cenário internacional, estreei aos 14 anos, competindo no Campeonato Pan-Americano de Ginástica Rítmica. Mas é impossível falar da minha trajetória sem mencionar o ano de 2012, quando eu quase desisti da carreira...
No mês de setembro, sofri um acidente de carro: o condutor perdeu o controle do veículo, que capotou e caiu numa ribanceira. Na tragédia, perdi minha companheira de treinos, a ginasta Eduarda Mello de Queiroz, de apenas 17 anos. Além de ser uma grande amiga, a Duda também era a filha da minha técnica, a Monika Queiroz, que está comigo desde os meus 9 anos. Achei que seria impossível voltar ao centro de treinamento, pois não suportaria ficar pensando que ela deveria estar lá. Sentia a ausência dela em nossas viagens, nos passeios... No entanto, resolvi que precisava superar esse trauma, até mesmo pela Monika. E assim foi!
Voltei aos treinamentos cerca de um mês após o acidente e comecei a educar os meus pensamentos. Hoje, quando lembro da Eduarda, é com alegria, uma saudade boa. Toda vez que entro numa competição sei que ela está ao meu lado. Ela é como um anjo que ilumina e guia a minha vida. Nos últimos anos, foquei na minha evolução como ginasta e consegui uma vaga para representar o Brasil nos Jogos do Rio. É um sonho participar de uma Olimpíada, ainda mais em nosso país. Espero ter um bom desempenho e dar orgulho para todos os brasileiros que estão torcendo por mim.”