Especialista em comunicação e oratória fala sobre o que torna as pessoas boas comunicadoras
Comunicação é a essência do desenvolvimento humano, e todo comportamento é comunicativo. Nesse sentido, comunicação é sinônimo de vida, e, a todo o momento, estamos comunicando algo.
Se encontrássemos uma pessoa calada, tímida ao extremo, trêmula de medo e que passasse todo o tempo olhando para o chão, diríamos que ela “não se comunica”, quando na verdade está comunicando sua timidez, seus medos, algo de sua personalidade, seu estado de espírito. Portanto, todos comunicam, conscientemente ou não.
Se pendurarmos uma melancia no pescoço, chamaremos a atenção de todos. Porém, não teremos o interesse de ninguém, pois pode ser uma ótima forma para chamar a atenção, mas péssima para transformar atenção em interesse.
Quando falamos, devemos nos comunicar com os olhos, com a expressão facial, com as entonações e inflexões vocais, com as pausas significativas, que são valores na “musicalidade” vocal, e com os gestos apropriados. Até no silêncio reside a mais solene forma de comunicação.
No processo da comunicação, temos o emissor e o receptor. Você, diante de seu interlocutor, emite uma mensagem atuando no papel de emissor; e ele, como receptor, contudo, pode não ser receptivo, no sentido de estar aberto a você.
Quando nos comunicamos mal, os outros podem deixar de ser receptivos e até mesmo receptores. Talvez possam nos olhar fixamente, mas simplesmente voltar o pensamento para outro lugar, distanciando-se psicologicamente.
Diante de uma imensa plateia, posso estar distante geograficamente da última pessoa, porém, se ela estiver atenta às minhas palavras, estamos psicologicamente próximos. O inverso se dá para alguém que esteja à minha frente; se não estiver ligado a mim, temos proximidade física, contudo longa distância psicológica. O bom comunicador é aquele que se atém a encurtar distâncias psicológicas.
Por Letterino Santoro– especialista em comunicação e oratória