Máxima
Busca
Facebook MáximaTwitter MáximaInstagram MáximaGoogle News Máxima
Moda / Representatividade trans

Representatividade: empresário funda empresa com calçados exclusivos para mulheres trans, drag queens e crossdressers

Filipi Sant’Anna contou detalhes de como tudo começou

Gabriele Salyna Publicado em 11/05/2021, às 13h43

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Representatividade: empresário funda empresa com calçados exclusivos para sapatos exclusivos para mulheres trans, drag queens e crossdressers - Freepik
Representatividade: empresário funda empresa com calçados exclusivos para sapatos exclusivos para mulheres trans, drag queens e crossdressers - Freepik

Representatividade! O mundo da moda está cada vez com mais espaços para a diversidade e características únicas de cada pessoa. 

Embora isso seja um pensamento que temos, o mercado da moda ainda tem um deficit de inclusão. Nos calçados, grupos minoritários sentem dificuldades de encontrar pares de sapatos ideais

Pensando nisso, Filipi Sant’Anna fundou uma empresa de calçados com um catálogo exclusivo para mulheres trans, drag queens e crossdressers, pensando na necessidade que essas pessoas têm de encontrar opções de sapatos que sejam de qualidade, conforto e beleza ao mesmo tempo. 

A marca trabalha com sapatos com numeração especial, que vão até o número 43. O empresário contou como tudo começou. 

"Muita gente sequer sabe disso, mas certas parcelas da comunidade LGBTQIA+ enfrentam muitos desafios no dia a dia, em tarefas simples como a compra de um sapato”, disse. 

Segundo o empresário, esse grupo sofre com a falta de representatividade no universo dos calçados. 

“Por geralmente terem um pé maior do que o tamanho adotado pelo mercado de calçados para desenvolver cada par, fica complicado encontrar sapatos bonitos e confortáveis e com design moderno", apontou. 

Filipi analisou: "As minorias não são devidamente representadas em pleno 2021, o que torna o cenário preocupante. Assim, analisamos essa falta de opções e decidimos atingir esse público, já que 90% do mercado não olha para ele."

O empresário contou como funciona o processo: “A confecção é feita de acordo com as cores da estação e com solas maiores e mais resistentes, pois a procura geralmente se concentra entre os números 40 e 43. Em seguida, desenvolvemos um protótipo e enviamos para a produção. Percebemos que os calçados são usados, na sua maioria, na correria do cotidiano, antes ou durante performances, e até mesmo em encontros e reuniões das classes".

"Prezamos sempre pela qualidade e durabilidade dos produtos, então investimos no reforço do material que desenvolvemos. Alguns pares também adaptamos para dar maior praticidade no uso e aprimoramos com tonalidades vibrantes, com inspiração em luz e brilho", declarou. 

Filipi celebrou a evolução de sua marca: "Quando uma drag, um crossdresser, uma mulher trans encontra o sapato perfeito em uma loja convencional de um grande shopping, como as nossas lojas físicas, isso realmente se torna um grande marco da era em que a diversidade ganha cada vez mais espaço".

“Somos plurais e queremos quebrar ainda mais barreiras com o passar dos anos.", comemorou.