Boxeadora camaronesa lésbica assumida garante medalha histórica nas Olimpíadas de Paris 2024
Cindy Ngamba, boxeadora refugiada camaronesa, fez história ao se tornar a primeira integrante da Equipe Olímpica de Refugiados a garantir uma medalha. A atleta, que reside no Reino Unido e é lésbica assumida, assegurou pelo menos uma medalha de bronze ao vencer a francesa Davina Michel nas quartas de final da categoria de 75 kg, no domingo, 4 de agosto - mais uma comemoração para a comunidade LGBT+.
Em uma declaração emocionante após a vitória, Ngamba afirmou: "Significa o mundo para mim ser a primeira refugiada a ganhar uma medalha. Sou humana, assim como qualquer outro refugiado e atleta em todo o mundo."
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A Equipe Olímpica de Refugiados foi criada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) para permitir que atletas deslocados à força, impossibilitados de competir por seus países de origem, pudessem participar dos Jogos Olímpicos. A equipe estreou nos Jogos do Rio em 2016 e continua a ser um símbolo de esperança e resiliência para milhões de pessoas.
Ngamba, que foi a porta-estandarte da equipe na cerimônia de abertura em Paris, mudou-se do Camarões para o Reino Unido aos 10 anos. Ela não pode competir pelo Time GB porque não possui passaporte britânico e, devido à sua sexualidade, não pode retornar ao Camarões, onde a homossexualidade é criminalizada e pode resultar em até cinco anos de prisão para a comunidade queer.
A conquista de Ngamba é um marco para a Equipe Olímpica de Refugiados, composta por 37 atletas representando mais de 120 milhões de refugiados em todo o mundo. Seu sucesso é visto como uma fonte de inspiração e um símbolo de perseverança diante de adversidades.
Por Ezatamentchy