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LGBT / MEMÓRIA

Doc sobre povos indígenas questiona a identidade LGBT+ no Brasil

Filme “Terra Sem Pecado” destaca a influência colonial na homofobia e propõe reflexão sobre a diversidade sexual indígena

Ezatamentchy Publicado em 15/08/2024, às 15h09

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O filme explora a diversidade dos povos indígenas e a influência da colonização europeia - Reprodução
O filme explora a diversidade dos povos indígenas e a influência da colonização europeia - Reprodução
O documentário "Terra Sem Pecado", dirigido pelo jornalista Marcelo Costa, traz à tona reflexões importantes sobre a relação entre a colonização e a homofobia no Brasil, questionando a falta de identidade própria do movimento LGBTQIA+ brasileiro. O filme, que explora a diversidade dos povos indígenas e a influência da colonização europeia em sua cultura, defende que o Brasil não foi descoberto, mas sim invadido, massacrado e roubado pelos colonizadores portugueses.

Um dos principais pontos abordados pelo documentário é a introdução da homofobia através da catequização imposta aos povos indígenas. Marcelo Costa destaca que, entre as 305 etnias indígenas que restam no Brasil, não existe tradução para a palavra "preconceito" em nenhuma das 274 línguas faladas.

O diretor questiona como um movimento LGBT+ importado e baseado nas ideias estado-unidenses pode realmente representar a luta brasileira, sugerindo que o país precisa valorizar suas próprias referências de luta e resistência.

O filme também aborda o processo contínuo de invisibilização e apagamento cultural dos povos indígenas. Marcelo Costa, maranhense de 36 anos radicado em Brasília, acredita que é essencial recontar a história do Brasil a partir da perspectiva dos povos originários, destacando a pluralidade e diversidade dessas culturas.


Um fato histórico ressaltado no documentário é o primeiro registro de homofobia no Brasil, ocorrido em 1614, contra um indígena da etnia Tupinambá no litoral do Maranhão. O indígena, identificado como "tibira" (termo Tupi para "homem homossexual"), foi amarrado a um canhão e morto por uma comitiva de padres franceses.

Esse episódio trágico simboliza a violência que, embora menos física hoje, ainda persiste contra indígenas queer, que enfrentam preconceito duplo por sua sexualidade e identidade étnica.

Por Ezatamentchy