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LGBT / RELIGIÃO

Keila Guedes foi da repressão da religião à publicação de livro de alerta

“O objetivo do meu livro é alertar a minha comunidade a não passar pelo mesmo que eu passei, você não precisa ter medo de ser quem você é!"

Ezatamentchy Publicado em 08/07/2024, às 10h27

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“Eu cresci ouvindo que Jesus era meu melhor amigo, porém meu melhor amigo não poderia ouvir meu maior segredo” - Divulgação
“Eu cresci ouvindo que Jesus era meu melhor amigo, porém meu melhor amigo não poderia ouvir meu maior segredo” - Divulgação
O drama da saída do armário ainda é algo muito comum entre pessoas LGBT+, e não foi diferente com a escritora e palestrante Keila Guedes, mulher lésbica de 42 anos que cresceu sendo doutrinada pela igreja evangélica tradicional. Foram 30 anos de repressão da sua sexualidade, pois sempre ouviu que ser homoafetiva “a levaria para o inferno” segundo os dogmas da religião protestante fundamentalista. 


Percebendo que não tinha como mudar algo que lhe era natural, Keila decidiu pelo desligamento da igreja da qual fazia parte na época, e onde colecionava várias funções eclesiásticas, para então se debruçar em estudos aprofundados sobre seus questionamentos em relação às condenações bíblicas; e para sua surpresa houve um desvendar de novo conhecimento: a teologia afirmativa que inclui pessoas homoafetivas e não faz acepção da sexualidade ou gênero nas escrituras sagradas. 

“Eu cresci ouvindo que Jesus era meu melhor amigo, porém meu melhor amigo não poderia ouvir meu maior segredo”, desabafa Keila. 
Foram 30 anos de repressão da sua sexualidade, pois sempre ouviu que ser homoafetiva “a levaria para o inferno”

E essas três décadas dentro do armário suprimindo sua sexualidade despertaram nela um forte sentimento de coragem - tamanha que, em 2021, criou uma página nas redes sociais com o nome “Direito a Deus” para alertar a comunidade LGBT+ que, na verdade, existe uma interpretação errônea e maliciosa dos textos bíblicos.

O sucesso da página foi tanto que veio uma enxurrada de mensagens de várias pessoas agradecendo pelos conteúdos que trazia, foi então que nasceu a ideia de reunir tudo isso em um livro e, com uma leitura fácil e dinâmica, trazer mais artigos e pesquisas aprofundadas denunciando o fundamentalismo da igreja evangélica tradicional e o discurso homofóbico de sua liderança.

“O objetivo do meu livro é alertar a minha comunidade a não passar pelo mesmo que eu passei, você não precisa ter medo de ser quem você é! Jesus te concebeu para você ter uma vida em abundância. Não existe vida abundante dentro do armário!”
"Não existe vida abundante dentro do armário!”

E essa sua necessidade de ensinar as pessoas que não existe condenação para sua orientação sexual ou identificação de gênero foi tanta que não se limitou apenas ao estrondoso sucesso do seu livro: “Pessoas LGBTQIAP+ e o Direito a Deus”, mas também lhe faz palestrar em igrejas e instituições falando sobre a temática e também inclui a criação de um curso de forma online para ensinar e tirar dúvidas sobre esse tema tão importante. 

Ao participar de um seminário no mês passado, quando se comemorou o Mês do Orgulho no Instituto Legislativo Brasileiro no Senado Federal, Keila foi agraciada com a notícia dos organizadores do evento que o Senado vai adquirir um exemplar do seu livro para fazer parte da biblioteca -e assim contribuir com a informação e diversidade no Poder Legislativo do nosso país. 

Para adquirir o livro clique aqui.

*Artur Vieira é um cristão, gay e jornalista que trabalha com o público LGBT+ desde 2013 na internet com o perfil @devoltaaoreino.
Por Ezatamentchy