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LGBT / CINEMA

Premiado drama cearense "A Filha do Palhaço" chega ao Canal Brasil

O longa aborda temas como a ausência paterna e as famílias não convencionais

Ezatamentchy Publicado em 19/07/2024, às 12h13

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Depois de anos de uma relação ausente, Joana e Renato terão que conviver e se conhecer um pouco mais - Reprodução
Depois de anos de uma relação ausente, Joana e Renato terão que conviver e se conhecer um pouco mais - Reprodução
Por Eduardo de Assumpção*

"A Filha do Palhaço" (Brasil, 2022) O picadeiro da vida ilumina “A Filha do Palhaço”, longa de Pedro Diógenes (“Inferninho”), rodado em Fortaleza e que após dois anos de atraso chegou ao circuito. Encharcado de sensibilidade, o filme narra uma história de paternidade queer, enquanto homenageia grandes artistas burlescos do Ceará.

Joana (Lis Sutter), uma adolescente de 14 anos, aparece para passar uma semana com o pai, Renato (Demick Lopez, de “Greta”), um humorista que apresenta seus shows em churrascarias, bares e casas noturnas de Fortaleza, interpretando a personagem Silvanelly. Depois de anos de uma relação ausente, Joana e Renato terão que conviver e se conhecer um pouco mais.

O longa aborda temas como a ausência paterna e as famílias não convencionais. Joana procura o pai, que é uma Drag Queen, para conhecê-lo, descobrir suas origens, trocar sensíveis experiências e desmistificar a imagem imposta por sua mãe, provavelmente por Renato ser homossexual.

Coincidentemente a história lembra "Aftersun", uma filha se reconciliando com as memórias do pai em uma praia idílica, inclusive alguns planos e momentos remetem ao filme de Charlotte Wells. Porém, “A Filha do Palhaço” é muito brasileiro em toda sua essência.

A trilha pontua a história, especialmente por um clássico da cantora Joana, que explica o nome da filha, assim como a fotografia, de Victor de Melo, que enquadra as belezas de Fortaleza, tanto em suas praias quanto em cenas noturnas de boate e musicais mambembes.

Há uma forte homenagem aos artistas que trabalham com humor e teatro no Ceará, até porque o filme usa como base a história do falecido artista Paulo Diógenes. Isso transparece no personagem Marlon, vivido por Jesuíta Barbosa, cuja participação é breve, mas bastante significativa.

O roteiro não subverte, ele adota um tom de simplicidade, o que nos aproxima mais de sua universalidade. Demick Lopes tem um grande destaque como o protagonista, sendo quando está desmontado em momentos intimistas com a filha, ou quando está em drag animando uma plateia.

O filme explora uma narrativa emotiva com um senso de ternura único, os lugares por onde pai e filha passam e os diálogos que eles trazem os tornam personagens palpáveis, cheios de honestidade, e o mais importante; com uma mensagem de otimismo.

*Eduardo de Assumpção é jornalista e responsável pelo blog cinematografiaqueer.blogspot.com
Instagram: @cinematografiaqueer
Twitter: @eduardoirib

Por Ezatamentchy