Fundação que reúne a história de um dos maiores intelectuais brasileiros não se lembra que ele queimou os papeis da escravização
Máxima visitou nos últimos dias vários museus da cidade do Rio de Janeiro (RJ) e observou que, em todos eles, há algum tipo de reparação histórica. Espaços brancos, cis e heteronormativos, mesmo que aos poucos, se abrem à diversidade. A Fundação Casa de Rui Barbosa não entrou na onda.
Rui Barbosa é amplamente lembrado como aquele que foi o responsável por queimar os papeis da época da escravização de pessoas negras no Brasil. Isso impediu que essas pessoas pudessem – baseadas em recibos e demais documentos de suas terríveis vendas – pedir algum tipo de indenização.
Pesquisadores acadêmicos têm feito um esforço no sentido de resgatar o que sobrou dessa fogueira – que nunca deveria ter existido. Pelo menos na visita à Casa de Rui Barbosa é o que parece, ele nunca mandou dar um sumiço nas provas do horror da escravização.
Dito isso, agora sim a gente lembra que ele foi um dos responsáveis pelo Código Civil e diplomata brasileiro aplaudido. A casa é linda, os jardins maravilhosos, a arquitetura fantástica e a decoração quase irretocável. Tem muita História brasileira lá dentro, milhares de livros, documentos importantes – que escaparam da fogueira do apagamento.
É um daqueles lugares que, depois que a gente visita, fica esperando surgir a tão sonhada reparação. Rola?
Por Ezatamentchy