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LGBT / CINEMA

"Velvet Goldmine" para a Semana do Rock!

Filme de Todd Haynes está disponível no Max

Ezatamentchy Publicado em 10/07/2024, às 09h43

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Velvet Goldmine” não é só um filme, mas um manifesto estético e artístico. - Reprodução
Velvet Goldmine” não é só um filme, mas um manifesto estético e artístico. - Reprodução
"Velvet Goldmine" (Reino Unido, 1998) A juventude efervescente dos anos 1970. Londres. Glam Rock. Tais elementos marcariam um dos trabalhos mais emblemáticos e audaciosos de Todd Haynes até hoje, revelado durante o movimento new cinema queer com “Veneno(1992)”. “Velvet Goldmine” não é só um filme, mas um manifesto estético e artístico.

Por mais que se vejam semelhanças no protagonista Brian Slade, interpretado por Jonathan Rhys Meyers, com David Bowie, inclusive pela trajetória musical e visual e Curt Wild, de Ewan McGregor, com Iggy Pop, Todd Haynes garante que essa é uma história fictícia roteirizada em parceria com James Lyons.

Logo na primeira cena vemos um disco voador sobrevoar Londres, para depois Brian Slade como o alterego Maxwell Demon levar um tiro no palco, reluzente, brilhante e opulente. Passamos, então, a acompanhar a sua vida com o início do musical Hot One, onde o figurino, da prestigiada Sandy Powell, tem uma pegada vitoriana e a estética é de videoclipe.

Com uma trilha fenomenal com clássicos de T-Rex, Lou Reed, Roxxy Music e The Stooges o filme tem o clima glam desejado, e é um desbunde visual. Quando vamos conhecendo melhor o personagem Brian, sua relação com o papel de Toni Collette, e sua carreira como cantor folk, vamos sendo envolvidos pelo protagonista até sua relação explosiva com Curt Wild.

Christian Bale interpreta o jornalista Arthur Stuart, incumbido de escrever uma matéria sobre um novo fenômeno conservador, Tommy Stone, enquanto resgata o paradeiro de Brian Slade, que forjou a própria morte no palco e depois nunca mais se ouviu falar.

O filme destaca a androginia, a cena fluída, tanto que a banda que estava se lançando na época nesse estilo, o Placebo, aparece, canta “20th Century Boy” e ainda tem algumas palavras ditas pelo seu vocalista, Brian Molko.

Arthur foi fã de Slade na infância, e isso caracteriza a consciência de sua homossexualidade e a ambiguidade sexual do movimento. Saltos, perucas e brilho eram artigos básicos para essas criaturas cintilarem na tela.

A estética gay. O espírito de liberdade. As Orgias. A música. As estupendas atuações. A direção cuidadosa. Tudo isso faz com que “Velvet Goldmine” seja um filme único, atemporal, emblemático e que ainda nos presenteia com um lindo número de “Satellite of Love”, de Lou Reed, simbolizando o encontro sexual de Curt Wild e Brian Slade.

*Eduardo de Assumpção é jornalista e responsável pelo blog cinematografiaqueer.blogspot.com
Instagram: @cinematografiaqueer
Twitter: @eduardoirib

Por Ezatamentchy